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Pressão por propina de empresas partiu de Cunha, diz delator

A propina seria dividida entre o então diretor da Petrobras Nestor Cerveró e seus subordinados na Diretoria, Fernando Baiano e Eduardo Cunha

Eduardo Cunha: o delator afirmou ter se reunido, em 2011, com o deputado e que "nesta reunião Eduardo Cunha disse que havia tomado a decisão de fazer um requerimento na Comissão de Fiscalização da Câmara pedindo explicação sobre os negócios de Julio Camargo" (Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil)
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Da Redação

Publicado em 23 de outubro de 2015 às 15h57.

São Paulo - O lobista Fernando Falcão Soares, o Fernando Baiano, apontado como um dos operadores de propinas na Petrobras , revelou em sua delação premiada que partiu do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a iniciativa de pressionar multinacionais a pagar propina referente a contratos de navios-sonda da estatal por meio de requerimentos apresentados na Câmara.

O delator afirmou ter se reunido, em 2011, com o deputado e que "nesta reunião Eduardo Cunha disse que havia tomado a decisão de fazer um requerimento na Comissão de Fiscalização da Câmara pedindo explicação sobre os negócios de Julio Camargo".

De acordo com a denúncia da Procuradoria-Geral da República, o pagamento de propina de US$ 40 milhões relativa aos contratos de construção de dois navios-sonda pelas multinacionais Samsung e Mitsui foi acertado entre Baiano e o lobista Júlio Camargo, que representava as empresas e atualmente também é delator na Lava Jato.

A propina seria dividida entre o então diretor da Petrobras Nestor Cerveró e seus subordinados na Diretoria, Fernando Baiano e Eduardo Cunha - este último teria ficado com US$ 5 milhões.

A partir de 2010, contudo, Camargo deixa de realizar os pagamentos e, de acordo com Baiano, ainda faltava quitar R$ 16 milhões.

Diante doa atraso, diz o delator, foram realizadas reuniões entre ele e o peemedebista na casa e no escritório de Cunha, no Rio, entre 2010 e 2011. Nesses encontros foi definida a estratégia para pressionar o lobista.

O uso do requerimento na Câmara pedindo explicações sobre os contratos das empresas representadas por Camargo com a Petrobras é um dos elementos que embasou a denúncia contra o presidente da Câmara no Supremo Tribunal Federal (STF). A Corte ainda vai decidir se aceita a ação.

Visitas

A primeira reunião descrita por Baiano na residência de Cunha teria ocorrido no segundo semestre de 2010, quando o presidente da Câmara era candidato a deputado federal pelo PMDB do Rio.

Baiano disse ter revelado o acerto com Camargo e pediu ajuda do parlamentar para pressioná-lo a quitar a dívida em troca de dividir sua porcentagem da propina com ele.

Como estava envolvido com a eleição, na época, o peemedebista teria lhe dito que não teria condições de "gastar tempo" com aquilo, mas que pensaria em uma solução. Apresentou, no segundo encontro, em 2011, a ideia dos requerimentos na Câmara.

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São Paulo - O lobista Fernando Falcão Soares, o Fernando Baiano, apontado como um dos operadores de propinas na Petrobras , revelou em sua delação premiada que partiu do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a iniciativa de pressionar multinacionais a pagar propina referente a contratos de navios-sonda da estatal por meio de requerimentos apresentados na Câmara.

O delator afirmou ter se reunido, em 2011, com o deputado e que "nesta reunião Eduardo Cunha disse que havia tomado a decisão de fazer um requerimento na Comissão de Fiscalização da Câmara pedindo explicação sobre os negócios de Julio Camargo".

De acordo com a denúncia da Procuradoria-Geral da República, o pagamento de propina de US$ 40 milhões relativa aos contratos de construção de dois navios-sonda pelas multinacionais Samsung e Mitsui foi acertado entre Baiano e o lobista Júlio Camargo, que representava as empresas e atualmente também é delator na Lava Jato.

A propina seria dividida entre o então diretor da Petrobras Nestor Cerveró e seus subordinados na Diretoria, Fernando Baiano e Eduardo Cunha - este último teria ficado com US$ 5 milhões.

A partir de 2010, contudo, Camargo deixa de realizar os pagamentos e, de acordo com Baiano, ainda faltava quitar R$ 16 milhões.

Diante doa atraso, diz o delator, foram realizadas reuniões entre ele e o peemedebista na casa e no escritório de Cunha, no Rio, entre 2010 e 2011. Nesses encontros foi definida a estratégia para pressionar o lobista.

O uso do requerimento na Câmara pedindo explicações sobre os contratos das empresas representadas por Camargo com a Petrobras é um dos elementos que embasou a denúncia contra o presidente da Câmara no Supremo Tribunal Federal (STF). A Corte ainda vai decidir se aceita a ação.

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A primeira reunião descrita por Baiano na residência de Cunha teria ocorrido no segundo semestre de 2010, quando o presidente da Câmara era candidato a deputado federal pelo PMDB do Rio.

Baiano disse ter revelado o acerto com Camargo e pediu ajuda do parlamentar para pressioná-lo a quitar a dívida em troca de dividir sua porcentagem da propina com ele.

Como estava envolvido com a eleição, na época, o peemedebista teria lhe dito que não teria condições de "gastar tempo" com aquilo, mas que pensaria em uma solução. Apresentou, no segundo encontro, em 2011, a ideia dos requerimentos na Câmara.

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