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Presidente tem de baixar a crista para a Constituição, diz Ayres Britto

"A Constituição governa quem governa. Governa permanentemente quem governa transitoriamente. Seja quem for o presidente", disse o ex-ministro do STF

Ayres Britto: o ministro participou da mesa do evento "Desafios constitucionais de hoje e propostas para os próximos 30 anos" (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr/Agência Brasil)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 5 de novembro de 2018 às 17h59.

O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Carlos Ayres Britto disse nesta segunda-feira, 5, que o presidente da República, seja ele quem for, tem de "baixar a crista" para aConstituiçãoFederal.

O ministro participou da mesa do evento "Desafios constitucionais de hoje e propostas para os próximos 30 anos", promovido pela editora Fórum, que publica títulos jurídicos.

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"AConstituiçãogoverna quem governa. Governa permanentemente quem governa transitoriamente. Seja quem for o presidente da República, seja quem for, tem que baixar sua crista (para aConstituição). Eventualmente elitista, eventualmente autoritário tem que baixar a crista para aConstituição. Porque, se não baixar a crista, salta do artigo 78 (que estabelece o presidente da República e o vice tomarão posse perante o Congresso prestando compromisso de manter, cumprir e defender aConstituição) para o 87. O que é o 87? O impeachment", disse o ex-presidente da Corte.

Bolsonaro e Moro

Ao final de sua fala no evento, o ex-ministro disse a jornalistas que o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) vai tomar posse para representar a coletividade.

"Minoria e maioria eleitoral, essas duas categorias, são página virada. Agora é um só presidente. Claro que haverá oposição, democracia vive de oposição", afirmou.

Ao ser questionado sobre sua avaliação quanto à nomeação do juiz federal Sergio Moro para comandar o superministério da Justiça e Segurança, Ayres Britto disse esperar que o magistrado faça uma boa gestão.

"Ele chega nutrido dos melhores propósitos, isso é verdade. Embora etariamente jovem, funcionalmente é experiente, tem uma boa bagagem, quem sabe vá fazer um grande trabalho, mas vamos torcer para que ele faça um grande trabalho."

Na semana passada, em entrevista ao jornal O Globo, o ex-ministro havia dito que a ida de Moro para a Esplanada compromete "a boa imagem social do próprio Judiciário".

À época, Ayres Britto afirmou que "esse tipo de mudança de camisa, tão rapidamente, projeta no inconsciente coletivo, no seio da coletividade, uma imagem pouco favorável dos membros do Poder Judiciário".

Acompanhe tudo sobre:DemocraciaSupremo Tribunal Federal (STF)

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