Prefeitura de Manaus investiga morte de idoso após tomar a vacina contra covid-19
Homem de 83 anos apresentava sintomas "leves" de gripe e tinha pressão alta. Autoridades têm até a próxima sexta-feira para emitir o laudo
Estadão Conteúdo
Publicado em 31 de janeiro de 2021 às 16h28.
Última atualização em 1 de fevereiro de 2021 às 08h20.
O Centro de Referência de Imunobiológicos (Crie), órgão vinculado à Fundação de Vigilância Sanitária (FVS) e à Secretaria Estadual de Saúde do Amazonas (SES), recebeu na sexta-feira, 29, da prefeitura de Manaus , uma coleta de sangue de um idoso de 83 anos que teria morrido no sábado, 30, depois de ter sido vacinado contra covid-19 na quinta-feira, 28, com a primeira dose da vacina AstraZeneca. O Crie tem até sete dias para emitir laudo.
Segundo um familiar do idoso, ele estava aparentando sintomas de gripe, mas como eram "leves" levaram para vacinar. "Ele também tinha pressão alta, mas tomava remédio. Agora só sabendo o laudo vamos esperar, mas achamos melhor informar à FVS pela coincidência", disse.
Na noite de sábado, 30, a prefeitura de Manaus também resolveu adiantar para este domingo, 31, o início do calendário de vacinação de idosos de 75 a 79 anos, ao mesmo tempo dos idosos de 80 e mais. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), o objetivo de acelerar o calendário é estimular a vacinação dos idosos.
Nos primeiros dois dias de vacinação, o número de idosos de 80 anos foi abaixo do esperado nos postos fixos e drive-thrus espalhados pela cidade, tendo sido vacinadas cerca de 4.000 pessoas de 80 anos ou mais nos primeiros dois dias de vacinação (sexta e sábado). A prefeitura não registrou filas nem aglomerações, mas a expectativa era que o dobro de pessoas tivessem sido vacinadas.
De acordo com a Semsa, a ideia é que até o dia 10 seja finalizada a vacinação de idosos de 75 anos em diante para ser iniciada a de 70 a 74 anos, com comorbidades. A prefeitura tem frisado que os idosos não precisam residir próximo ao local de vacinação para optar por onde for mais fácil a locomoção, e podem também solicitar carona de volta em vans da prefeitura previamente agendadas.
A mãe da funcionária pública Elizabeth Maia, a aposentada Elizabeth Cardoso, de 76 anos, foi vacinada e já saiu com a carteirinha informando que a segunda dose será em abril. "Sabemos que a segunda dose desta vacina deve ser em até três meses para ser eficaz, mas vamos continuar com todos os cuidados. Mamãe não tem saído de casa, trazemos todas as compras do que ela precisa, já que ela mora sozinha, e não teria como morar comigo ou com outro filho porque nenhum está em home office", contou.