Preço das commodities salvou a balança em 2010, diz AEB
Vice-presidente da Associação de Comércio Exterior afirma que superávit comercial não é mérito do Brasil
Da Redação
Publicado em 3 de janeiro de 2011 às 15h16.
São Paulo - Apesar da queda de quase 20% em relação a 2009, o superávit de US$ 20,2 bilhões da balança comercial no ano passado pode ser considerado "surpreendentemente positivo". O mérito do recorde de exportações, no entanto, não é do governo brasileiro.
A avaliação é do vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, que participou nesta segunda-feira (3) do programa “Momento da Economia”, na Rádio EXAME.
“Esse superávit comercial não tem nenhum mérito do Brasil, tem mérito do mercado internacional, pois exclusivamente as commodities sustentaram o resultado. Se nós verificarmos o minério de ferro, por exemplo, veremos que as exportações passaram de US$ 13 bilhões (em 2009) para cerca de US$ 28,5 bilhões (em 2010), ou seja, um único produto representou crescimento nominal de US$ 15,5 bilhões”, diz Castro
As importações dispararam em 2010, segundo o vice-presidente da AEB, por causa do grande volume de crédito no mercado interno e da taxa de câmbio “estimulante”.
“Para 2011, a taxa de câmbio continuará favorável às importações, mas o crédito deve ser mais moderado.”
Na entrevista (para ouvi-la, clique na imagem ao lado), José Augusto de Castro faz projeções para a balança comercial em 2011 e diz qual seria a cotação ideal do dólar para os exportadores.