Por redução de pena, Bruno deixa de dar aula para capinar terreno
Sob supervisão do Corpo de Bombeiros, ex-goleiro garante dia livre da prisão atuando como auxiliar geral
Estadão Conteúdo
Publicado em 24 de abril de 2018 às 21h55.
Última atualização em 24 de abril de 2018 às 21h59.
Preso em Varginha (MG) pela morte de Eliza Samúdio, o goleiro Bruno Fernandes de Souza, de 33 anos, parou de dar aulas de futebol a crianças da cidade. O benefício de ficar fora do presídio durante o dia para a prestação do serviço foi obtido no ano passado, mas a entidade responsável pelo convênio teve de interromper o atendimento em março por falta de recursos.
Para não ficar sem trabalho, que garante a redução da pena, Bruno se ofereceu para atuar sob a supervisão do Corpo de Bombeiros e desde a semana passada faz tarefas como limpeza e até tirar capim de terreno. Isso somente foi possível graças a um convênio entre a corporação e o presídio. "Ele atua como um auxiliar geral, faz limpeza e outros serviços", explicou o advogado Fábio Gama.
O defensor acredita que o goleiro obterá em pouco tempo a progressão de pena e ganhará o regime semiaberto. Entretanto, isso depende de cálculo a ser feito pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG) levando em conta as decisões contidas no processo e ainda benefícios, como a redução com a contagem dos dias trabalhados.
Em seu novo serviço, feito de segunda a quinta-feira, Bruno deixa o presídio às 7 horas da manhã e retorna às 17h30. Para cada três dias trabalhados, o detento é beneficiado com um dia de redução da pena. Ele foi condenado a mais de 20 anos de cadeia e está preso desde 2010.
Bruno atuava pelo Flamengo quando foi preso. Por meio de liminar, ele chegou a ficar dois meses em liberdade no ano passado, ocasião que foi parar em Varginha e jogou pelo Boa, time local que disputa a Série B do Campeonato Brasileiro. A defesa acredita que, sendo solto, ele voltará a atuar pelo clube mineiro.