Brasil

Planalto diz que Funaro é criminoso notório e perigoso

Segundo a nota, Temer se resguarda o direito de não comentar "ficções e invenções" diante da expectativa de que a delação de Funaro embase nova denúncia

Temer: o Planalto reiterou os questionamentos aos benefícios dados aos executivos da J&F em seu acordo de delação (Ueslei Marcelino/Reuters)

Temer: o Planalto reiterou os questionamentos aos benefícios dados aos executivos da J&F em seu acordo de delação (Ueslei Marcelino/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 1 de setembro de 2017 às 20h43.

Última atualização em 2 de setembro de 2017 às 02h12.

São Paulo - O Palácio do Planalto divulgou uma longa nota na noite desta sexta-feira afirmando que o empresário Lúcio Funaro é um criminoso notório e perigoso e que o presidente Michel Temer se resguarda o direito de não comentar "ficções e invenções" diante da expectativa de que a delação de Funaro embase nova denúncia do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra ele.

A nota, assinada pela Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República, também reitera ataques feitos ao empresário Joesley Batista, um dos controladores da J&F, holding que controla a JBS, cuja delação premiada baseou a primeira denúncia de Janot contra Temer.

A Câmara decidiu no mês passado não autorizar o Supremo Tribunal Federal (STF) a julgar se aceitava a denúncia contra o presidente.

"A suposta segunda delação do doleiro Lúcio Funaro, que estava sob sigilo na Procuradoria-Geral da República (PGR) mas tem vazado ilegalmente na imprensa nos últimos dias, apresenta inconsistências e incoerências próprias de sua trajetória de crimes", afirma a nota, que alega que Funaro já "traiu" o Ministério Público em um acordo anterior de delação.

Ao voltar a atacar Joesley, o Planalto reitera os questionamentos aos benefícios dados aos executivos da J&F em seu acordo de delação --eles obtiveram imunidade penal ao aceitar colaborar com a Procuradoria-Geral da República.

"Prêmio igual ou semelhante será dado a um criminoso ainda mais notório e perigoso como Lúcio Funaro?", questiona a nota.

Apesar de fazer várias considerações sobre o passado de Funaro e sobre Joesley, criticando o prazo dado para que os executivos da J&F apresentem novos dados sobre sua delação, a nota diz que Temer não comentará o caso.

"O presidente Michel Temer se resguarda o direito de não tratar de ficções e invenções de quem quer que seja", afirma a nota, que também nega que Temer tenha obstruído a Justiça.

Acompanhe tudo sobre:Delação premiadaGoverno TemerMichel TemerOperação Lava JatoSupremo Tribunal Federal (STF)

Mais de Brasil

Número de praias impróprias para banho no litoral paulista sobe para 51

Gilmar Mendes, do STF, diz que governo da Venezuela não é democrático

Prefeito de BH, Fuad Noman passa por traqueostomia e está consciente

Exportação de bens de alta tecnologia foi a que mais cresceu entre os setores industriais em 2024