Pesquisadores brasileiros usam nanofibra contra o Alzheimer
Projeto é encabeçado pela estudante de doutorado Geisa Salles e o professor Anderson Lobo, que coordena as pesquisas no Univap, em São José dos Campos
Da Redação
Publicado em 26 de março de 2016 às 15h36.
São José dos Campos -- Pesquisadores brasileiros desenvolvem uma técnica que melhora a absorção de um remédio britânico contra o Mal de Alzheimer através de uma que libera um fármaco em uma ação prolongada para combater o avanço da doença.
O projeto é encabeçado pela estudante de doutorado Geisa Salles e o professor Anderson Lobo, que coordena as pesquisas no Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Universidade do Vale do Paraíba (Univap), em São José dos Campos (SP).
"Na nossa pesquisa, a gente já conseguiu desenvolver esse nanomaterial contendo o fármaco para o tratamento do alzheimer e junto a isso já testamos in vitro, isto é, em células que simulam o comportamento da doença. Os resultados tem sido bastante animadores e a gente acredita que vai poder dar uma grande contribuição para esta patologia crônica", afirmou Geisa à Efe.
O processo é chamado de nanotratamento e seu funcionamento depende da associação de polímeros (plástico), e peptídeos (proteínas) até formar a fibra subcutânea que é capaz de liberar o fármaco na corrente sanguínea de maneira contínua por ter assimilação rápida e duradoura.
Na fibra, de espessura de 800 nanômetros e quase invisível a olho nu, é embutido um fármaco importado do Reino Unido, que através da técnica de eletrofiação - uma agulha, onde é embutido o medicamento, recebe energia e luz para emitir filetes da fibra - resulta no nanomaterial que será implantado embaixo da pele.
"A pesquisa é bastante promissora pelos resultados que o fármaco vem apresentando associado a nanotecnologia e são raros os estudos que a relacionam com o Alzheimer. A nanotecnologia vai potencializar a ação desse fármaco e, daqui a alguns anos, ajudar muito as pessoas com a patologia", explicou Geisa.
No laboratório, os pesquisadores testam a eficiência da fibra nanométrica, que parece um filete de algodão e pode aumentar em cerca de 30% a durabilidade de medicamentos usados para combater a doença, segundo os resultados das análises e testes com a nanofibra.
"Hipoteticamente, seria como uma fita para parar de fumar, mas ainda precisa de pesquisa para analisar como vai ser e em qual etapa do alzheimer é dever começar para combater a ação da beta-amilóide, a proteína ou peptídeo observado no cérebro do paciente com a doença", afirmou Anderson Lobo.
De acordo com o professor, o que chama a atenção é o tempo de absorção do medicamento já verificado nos testes in vitro, isto é, em células que simulam os sintomas da doença.
"Depois de ser aplicada, a droga é absorvida ao longo de um período de 10 horas no tecido sanguíneo. Os medicamentos que são administrados atualmente têm tempo de meia vida de aproximadamente 7 horas", explicou ele, que coordena o projeto.
Ele enfatiza que as características do dispositivo ampliam a efetividade da droga e minimizam os sintomas da doença.
"A novidade do Brasil é incorporar o material para se degradar em três meses. Desse jeito, em vez de mandar uma ducha de medicamento, é como se estivesse chovendo doses, que estamos tentando especificar para ter uma ação duradoura", disse Lobo.
Para ele, a vantagem de se trabalhar com o polímero, que é plástico, é o fato dele ser biocompatível, inerente ao organismo e ser degradável. O paciente que ter o nanodispositivo incorporado não vicia e não tem efeito colateral, conforme garantem os pesquisadores.
A pesquisa está na segunda fase de testes, em que células animais que tem as mesmas caracteríticas do alzheimer serão acompanhadas para verificar quais os efeitos após a implantação da nanofibra.
As próximas etapas incluem o tratamento em animais e os animais tem também um gene alterado para que eles sejam considerados ter a doença de alzheimer e, em cerca de dois anos, já haverá muitos resultados para serem divulgados e concretizar o projeto em humanos.
São José dos Campos -- Pesquisadores brasileiros desenvolvem uma técnica que melhora a absorção de um remédio britânico contra o Mal de Alzheimer através de uma que libera um fármaco em uma ação prolongada para combater o avanço da doença.
O projeto é encabeçado pela estudante de doutorado Geisa Salles e o professor Anderson Lobo, que coordena as pesquisas no Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Universidade do Vale do Paraíba (Univap), em São José dos Campos (SP).
"Na nossa pesquisa, a gente já conseguiu desenvolver esse nanomaterial contendo o fármaco para o tratamento do alzheimer e junto a isso já testamos in vitro, isto é, em células que simulam o comportamento da doença. Os resultados tem sido bastante animadores e a gente acredita que vai poder dar uma grande contribuição para esta patologia crônica", afirmou Geisa à Efe.
O processo é chamado de nanotratamento e seu funcionamento depende da associação de polímeros (plástico), e peptídeos (proteínas) até formar a fibra subcutânea que é capaz de liberar o fármaco na corrente sanguínea de maneira contínua por ter assimilação rápida e duradoura.
Na fibra, de espessura de 800 nanômetros e quase invisível a olho nu, é embutido um fármaco importado do Reino Unido, que através da técnica de eletrofiação - uma agulha, onde é embutido o medicamento, recebe energia e luz para emitir filetes da fibra - resulta no nanomaterial que será implantado embaixo da pele.
"A pesquisa é bastante promissora pelos resultados que o fármaco vem apresentando associado a nanotecnologia e são raros os estudos que a relacionam com o Alzheimer. A nanotecnologia vai potencializar a ação desse fármaco e, daqui a alguns anos, ajudar muito as pessoas com a patologia", explicou Geisa.
No laboratório, os pesquisadores testam a eficiência da fibra nanométrica, que parece um filete de algodão e pode aumentar em cerca de 30% a durabilidade de medicamentos usados para combater a doença, segundo os resultados das análises e testes com a nanofibra.
"Hipoteticamente, seria como uma fita para parar de fumar, mas ainda precisa de pesquisa para analisar como vai ser e em qual etapa do alzheimer é dever começar para combater a ação da beta-amilóide, a proteína ou peptídeo observado no cérebro do paciente com a doença", afirmou Anderson Lobo.
De acordo com o professor, o que chama a atenção é o tempo de absorção do medicamento já verificado nos testes in vitro, isto é, em células que simulam os sintomas da doença.
"Depois de ser aplicada, a droga é absorvida ao longo de um período de 10 horas no tecido sanguíneo. Os medicamentos que são administrados atualmente têm tempo de meia vida de aproximadamente 7 horas", explicou ele, que coordena o projeto.
Ele enfatiza que as características do dispositivo ampliam a efetividade da droga e minimizam os sintomas da doença.
"A novidade do Brasil é incorporar o material para se degradar em três meses. Desse jeito, em vez de mandar uma ducha de medicamento, é como se estivesse chovendo doses, que estamos tentando especificar para ter uma ação duradoura", disse Lobo.
Para ele, a vantagem de se trabalhar com o polímero, que é plástico, é o fato dele ser biocompatível, inerente ao organismo e ser degradável. O paciente que ter o nanodispositivo incorporado não vicia e não tem efeito colateral, conforme garantem os pesquisadores.
A pesquisa está na segunda fase de testes, em que células animais que tem as mesmas caracteríticas do alzheimer serão acompanhadas para verificar quais os efeitos após a implantação da nanofibra.
As próximas etapas incluem o tratamento em animais e os animais tem também um gene alterado para que eles sejam considerados ter a doença de alzheimer e, em cerca de dois anos, já haverá muitos resultados para serem divulgados e concretizar o projeto em humanos.