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PE libera 11 de 43 registros de médicos estrangeiros

O restante deverá ser liberado ao longo desta semana, de acordo com a presidente do conselho

Médicos estrangeiros assistem à palestra do Mais Médicos: para o presidente do CFM, "não houve recuo" em relação à resistência e às críticas ao programa federal (REUTERS/Ueslei Marcelino)
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Da Redação

Publicado em 23 de setembro de 2013 às 15h12.

Recife - O Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe) liberou nesta segunda-feira, 23, o registro provisório de 11 médicos estrangeiros ou brasileiros formados no exterior que participam do programa federal Mais Médicos . O Ministério da Saúde solicitou um total de 43 no Estado. O restante deverá ser liberado ao longo desta semana, de acordo com a presidente do conselho, Helena Carneiro Leão.

Para o presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Roberto D'ávila "não houve recuo" em relação à resistência e às críticas ao programa federal. "Apenas seguimos decisão judicial", afirmou. "Somos braço do Estado, mas não somos governo."

D'ávila lembrou que a Advocacia Geral da União (AGU) concordou em atender a exigência do conselho federal de saber quem serão os tutores e supervisores dos médicos e onde eles irão trabalhar, a fim de poder acompanhar e fiscalizar sua atuação. A expectativa é de receber estas informações em 15 dias. Caso contrário, a justiça será acionada.

O presidente do CFM disse que o programa tem "caráter eleitoreiro e populista", e que o governo federal "quer que se acredite que o caos, o descaso e o abandono do SUS nos últimos dez anos serão resolvidos com a vinda dos estrangeiros".

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Sem saneamento e esgoto

O presidente do CFM apresentou no Recife o resultado da "Caravana do Sertão", realizada por 20 profissionais do Cremepe e do sindicato da categoria no Estado, na semana passada, nos nove municípios pernambucanos mais atingidos pela última seca - João Alfredo, Arcoverde, Serra Talhada, Betânia, Sertânia, Ibimirim, São Bento do Una, Caetés e Bom Conselho.

A equipe identificou que 60% das mais de 600 pessoas ouvidas custeiam a própria água, enquanto 20% recebem água de carro pipa do governo, 12% usam água de poço e 6% de açude. Somente 25% recebem água diariamente, 5% nunca recebem. O restante recebe semanalmente, quinzenalmente ou mensalmente.

D'ávila destacou que água encanada e esgoto são fatores determinantes no combate a doenças e promoção da saúde, mas como, segundo ele, são "obras invisíveis", o governo federal prefere "colocar médico no postinho (de saúde), mesmo que ele não tenha sua capacidade avaliada".

Ao responderem se a saúde está melhor, 69% dos entrevistados responderam "não", afirmou ele, ao destacar que quase todos os funcionários da área de saúde nestes locais têm contratos precários. "Quem quer trabalhar sem férias, sem 13º salário e sem direitos assegurados?"

Ele frisou que o governo federal tenta manchar os médicos brasileiros. "Divulgam que os profissionais são 'playboys' que não gostam de pobre e se recusam a trabalhar no interior e na zona rural".

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