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Parlamentares criticam Jucá por declarações sobre Lava Jato

Até mesmo o DEM, partido que integra e apoia o governo do presidente interino Michel Temer, defendeu o afastamento do ministro

Romero Jucá: outros partidos, como PSOL e PDT já anunciaram que pretendem apresentar ações contra o ministro ao Conselho de Ética (Antonio Cruz/Agência Brasil)
DR

Da Redação

Publicado em 23 de maio de 2016 às 14h52.

Brasília - Parlamentares apressaram-se em criticar o ministro do Planejamento , Romero Jucá, depois da divulgação de uma conversa na qual o ministro teria sugerido um pacto para frear a operação Lava Jato , o que foi negado enfaticamente por ele.

Até mesmo o DEM, partido que integra e apoia o governo do presidente interino Michel Temer, defendeu o afastamento do ministro, que é presidente interino do PMDB e um dos homens mais próximos de Temer.

“A sociedade brasileira saiu às ruas para conter um processo de corrupção, apoiar a Lava Jato e buscar um novo governo. Se no decorrer deste momento problemas surgirem, deverão ser tratados com rigor”, disse o líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (DEM-GO).

“Atos individuais deverão ser tratados longe da administração pública para que a reestruturação e a credibilidade do governo não sejam comprometidas”, defende.

Outros partidos, como PSOL e PDT já anunciaram que pretendem apresentar ações contra o ministro ao Conselho de Ética do Senado e à Procuradoria-Geral da República.

“Eu acho que a fala do senador Romero Jucá é mais grave do que a do senador Delcídio do Amaral. O Delcídio queria proteger um possível delator, Romero quer parar a operação Lava Jato”, disse o senador Telmário Mota (PDT-RR), relator do processo no Conselho de Ética que resultou na cassação de Delício, preso em novembro, acusado de tentar obstruir a operação Lava Jato.

Delcídio foi flagrado em um áudio oferecendo dinheiro, influência política junto ao Judiciário e até uma rota de fuga para beneficiar o ex-diretor da estatal Nestor Cerveró em troca do silêncio dele nas investigações.

Reportagem da Folha de S.Paulo desta segunda-feira revelou trechos de conversa gravada e vazada entre Jucá e Machado, ambos investigados pela Lava Jato, e aponta que o atual ministro teria sugerido que uma troca no governo federal resultaria em pacto para frear os avanços da Lava Jato.

Em entrevista coletiva, Jucá repeliu o teor da reportagem e disse que as frases da conversa foram "pinçadas e colocadas fora do contexto", dizendo que o diálogo tratava da necessidade de estancar a sangria da economia e do desemprego.

O ministro defendeu que haja uma aceleração da investigação da Lava Jato e afirmou que vai continuar no cargo enquanto entender que tem a confiança de Temer.

Para o deputado Paulo Pimenta (RS), vice-líder da bancada do PT, partido de oposição ao governo Temer, os aúdios revelados nesta segunda “de certa forma” não trazem surpresa.

“Quem tem acompanhado as nossas posições... sabe que nós temos sustentado que parte desse processo de impeachment foi motivado por uma articulação criminosa”, afirmou o petista.

Na coletiva, Jucá foi enfático também em reafirmar seu apoio à operação Lava Jato e na defesa da punição dos culpados.

O PSOL informou por meio de nota que entregará à Procuradoria Geral da República um pedido de prisão do ministro do Planejamento por conta dos áudios.

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Brasília - Parlamentares apressaram-se em criticar o ministro do Planejamento , Romero Jucá, depois da divulgação de uma conversa na qual o ministro teria sugerido um pacto para frear a operação Lava Jato , o que foi negado enfaticamente por ele.

Até mesmo o DEM, partido que integra e apoia o governo do presidente interino Michel Temer, defendeu o afastamento do ministro, que é presidente interino do PMDB e um dos homens mais próximos de Temer.

“A sociedade brasileira saiu às ruas para conter um processo de corrupção, apoiar a Lava Jato e buscar um novo governo. Se no decorrer deste momento problemas surgirem, deverão ser tratados com rigor”, disse o líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (DEM-GO).

“Atos individuais deverão ser tratados longe da administração pública para que a reestruturação e a credibilidade do governo não sejam comprometidas”, defende.

Outros partidos, como PSOL e PDT já anunciaram que pretendem apresentar ações contra o ministro ao Conselho de Ética do Senado e à Procuradoria-Geral da República.

“Eu acho que a fala do senador Romero Jucá é mais grave do que a do senador Delcídio do Amaral. O Delcídio queria proteger um possível delator, Romero quer parar a operação Lava Jato”, disse o senador Telmário Mota (PDT-RR), relator do processo no Conselho de Ética que resultou na cassação de Delício, preso em novembro, acusado de tentar obstruir a operação Lava Jato.

Delcídio foi flagrado em um áudio oferecendo dinheiro, influência política junto ao Judiciário e até uma rota de fuga para beneficiar o ex-diretor da estatal Nestor Cerveró em troca do silêncio dele nas investigações.

Reportagem da Folha de S.Paulo desta segunda-feira revelou trechos de conversa gravada e vazada entre Jucá e Machado, ambos investigados pela Lava Jato, e aponta que o atual ministro teria sugerido que uma troca no governo federal resultaria em pacto para frear os avanços da Lava Jato.

Em entrevista coletiva, Jucá repeliu o teor da reportagem e disse que as frases da conversa foram "pinçadas e colocadas fora do contexto", dizendo que o diálogo tratava da necessidade de estancar a sangria da economia e do desemprego.

O ministro defendeu que haja uma aceleração da investigação da Lava Jato e afirmou que vai continuar no cargo enquanto entender que tem a confiança de Temer.

Para o deputado Paulo Pimenta (RS), vice-líder da bancada do PT, partido de oposição ao governo Temer, os aúdios revelados nesta segunda “de certa forma” não trazem surpresa.

“Quem tem acompanhado as nossas posições... sabe que nós temos sustentado que parte desse processo de impeachment foi motivado por uma articulação criminosa”, afirmou o petista.

Na coletiva, Jucá foi enfático também em reafirmar seu apoio à operação Lava Jato e na defesa da punição dos culpados.

O PSOL informou por meio de nota que entregará à Procuradoria Geral da República um pedido de prisão do ministro do Planejamento por conta dos áudios.

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