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Para estudioso, risco para a elite política se chama "Lava Jato"

O cientista político Rafael Cortez comentou o fato de boa parte dos escândalos de corrupção estarem relacionados ao efeito dos financiamentos de campanhas

Operação Lava Jato: "Esse risco (para a elite política) tem nome e sobrenome: Operação Lava Jato" (Vagner Rosário/VEJA)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 21 de agosto de 2017 às 16h03.

São Paulo - O cientista político Rafael Cortez, da Tendências Consultoria, disse nesta segunda-feira, 21, no Fórum Estadão - Reforma Política em Debate, que o recente processo turbulento enfrentado pelo País trouxe como saldo positivo a discussão do tema reforma política pela sociedade.

Ele avalia que o mais importante neste momento é recuperar a crença na legitimidade do processo político.

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"Em boa parte das vezes em que há mudanças no sistema eleitoral, tem a ver com problemas enfrentados pela elite política. No caso atual, esse risco (para a elite política) tem nome e sobrenome: Operação Lava Jato", diz Rafael Cortez.

Para o cientista político, dois pontos sobre a reforma política são os mais importantes. O primeiro, que tem a ver com a questão da governabilidade, é o número exacerbado de partidos.

E o segundo, para ele o mais relevante, é o financiamento de campanha.

"Boa parte dos escândalos (de corrupção) estão relacionados ao efeito do financiamento. Me parece que essa deveria ser a atenção dada do Congresso na discussão sobre Reforma Política", diz.

Já o cientista político Cláudio Couto, da Fundação Getúlio Vargas, também presente ao evento, avaliou em sua explanação que o número de parlamentares existente hoje não é o problema do País, citando diversas democracias em que esta quantidade é ainda maior e em resposta a questionamentos da plateia.

"O problema pode ser o número de assessores, os valores. O número em si é um fetiche. Temos que evitar os fetiches reformistas. Algo que seria identificado como todo o mal e algo como seria identificado como todo o bem", diz Cláudio Couto.

Ele também avaliou que o 'distritão' que está em discussão no Congresso não pode ser considerado como um sistema de transição.

"Ele não tem nada a ver com o atual, nem com o seguinte", diz Couto.

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