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Offshore que pagou Santana recebia de estaleiro da Petrobras

A multinacional holandesa é apontada como uma empresas que se envolveram no esquema de corrupção na estatal, comandado pelo PT, PMDB e PP

João Santana: a Deep Sea Oil Corp é apontada como uma empresas que se envolveram no esquema de corrupção na estatal, comandado pelo PT, PMDB e PP (REUTERS/Rodolfo Buhrer)
DR

Da Redação

Publicado em 25 de fevereiro de 2016 às 11h54.

Curitiba e São Paulo - A Deep Sea Oil Corp, offshore que repassou US$ 4,5 milhões para a conta secreta do marqueteiro do PT João Santana , era uma das firmas usadas pelo operador de propinas Zwi Skornicki para recebimentos de suas comissões pagas pelo estaleiro Keppel Fels pela intermediação de contratos bilionários na Petrobras .

A multinacional holandesa é apontada como uma empresas que se envolveram no esquema de corrupção na estatal, comandado pelo PT, PMDB e PP.

O marqueteiro, sua mulher Mônica Moura e o operador de propinas estão presos em Curitiba, alvos da Operação Acarajé - 23ª fase da Lava Jato.

A força-tarefa tem as trocas de e-mails do lobista com executivos da Keppel Fels em que acertam as comissões "para eles", numa faixa fixa de 0,5%, e os contratos de pagamentos por serviços da Petrobras e a abertura da offshore.

A Keppels Fels tem 26 contratos que lhe renderam US$ 7,8 bilhões, entre 2004 e 2016, um deles ainda vigente, em uma tabela enviada pela Petrobras para a Lava Jato.

A maior parte desses contratos foi fechada via Diretoria de Serviços, que era cota do PT no esquema de divisão de setores estratégicos que cobram de 1% a 3% de propinas. A área, que era comandada pelo ex-diretor Renato Duque, indicado ao cargo pelo ex-ministro José Dirceu, ambos presos em Curitiba.

Elementos

Um dos materiais que ligam a Deep Sea Oil a contratos na Petrobras é uma troca de mensagens, em inglês, entre a gerente financeira da Keppel Fels Brasil, Marcia Altomar, e Zwi Skornicki. Ela manda cópia dos contratos firmados entre sua offshore Deep Sea Oil e a Lindel PTE LTD. - subsidiária da Keppel -, referente a serviços de consultoria para obras relativas as plataformas da Petrobras P-66 e P-69.

O contrato é de 2011, um ano antes de começarem os pagamentos da Deep Sea Oil para a offshore do marqueteiro do PT, a Shellbill Finance. São pagamentos todos de US$ 500 mil - nove entre 2012 e 2014, totalizando US$ 4,4 milhões, via conta em Nova Iorque, do Citibank.

Anticorrupção

Os investigadores da Lava Jato chamaram atenção para o fato de os contratos do operador de propinas com a Keppel terem um atestado em que a empresa se compromete a não pagar propina.

"Interessante que em ambos os contratos há assinatura de uma certidão por parte do consultor, no caso Zwi Skornicki e a Deep Sea Oil., atestando que, em cumprimento a tratados de prevenção à corrupção internacional feitos pelos Estados Unidos da América, Reino Unido e Cingapura, bem como em respeito as normas contra corrupção do Brasil, não oferecerá, pagará, prometerá ou autorizará o pagamento de dinheiro ou de qualquer outra vantagem a funcionários da Petrobras, a partidos políticos, candidatos para que pratiquem atos de ofício em desconformidade à lei", destaca a PF.

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Curitiba e São Paulo - A Deep Sea Oil Corp, offshore que repassou US$ 4,5 milhões para a conta secreta do marqueteiro do PT João Santana , era uma das firmas usadas pelo operador de propinas Zwi Skornicki para recebimentos de suas comissões pagas pelo estaleiro Keppel Fels pela intermediação de contratos bilionários na Petrobras .

A multinacional holandesa é apontada como uma empresas que se envolveram no esquema de corrupção na estatal, comandado pelo PT, PMDB e PP.

O marqueteiro, sua mulher Mônica Moura e o operador de propinas estão presos em Curitiba, alvos da Operação Acarajé - 23ª fase da Lava Jato.

A força-tarefa tem as trocas de e-mails do lobista com executivos da Keppel Fels em que acertam as comissões "para eles", numa faixa fixa de 0,5%, e os contratos de pagamentos por serviços da Petrobras e a abertura da offshore.

A Keppels Fels tem 26 contratos que lhe renderam US$ 7,8 bilhões, entre 2004 e 2016, um deles ainda vigente, em uma tabela enviada pela Petrobras para a Lava Jato.

A maior parte desses contratos foi fechada via Diretoria de Serviços, que era cota do PT no esquema de divisão de setores estratégicos que cobram de 1% a 3% de propinas. A área, que era comandada pelo ex-diretor Renato Duque, indicado ao cargo pelo ex-ministro José Dirceu, ambos presos em Curitiba.

Elementos

Um dos materiais que ligam a Deep Sea Oil a contratos na Petrobras é uma troca de mensagens, em inglês, entre a gerente financeira da Keppel Fels Brasil, Marcia Altomar, e Zwi Skornicki. Ela manda cópia dos contratos firmados entre sua offshore Deep Sea Oil e a Lindel PTE LTD. - subsidiária da Keppel -, referente a serviços de consultoria para obras relativas as plataformas da Petrobras P-66 e P-69.

O contrato é de 2011, um ano antes de começarem os pagamentos da Deep Sea Oil para a offshore do marqueteiro do PT, a Shellbill Finance. São pagamentos todos de US$ 500 mil - nove entre 2012 e 2014, totalizando US$ 4,4 milhões, via conta em Nova Iorque, do Citibank.

Anticorrupção

Os investigadores da Lava Jato chamaram atenção para o fato de os contratos do operador de propinas com a Keppel terem um atestado em que a empresa se compromete a não pagar propina.

"Interessante que em ambos os contratos há assinatura de uma certidão por parte do consultor, no caso Zwi Skornicki e a Deep Sea Oil., atestando que, em cumprimento a tratados de prevenção à corrupção internacional feitos pelos Estados Unidos da América, Reino Unido e Cingapura, bem como em respeito as normas contra corrupção do Brasil, não oferecerá, pagará, prometerá ou autorizará o pagamento de dinheiro ou de qualquer outra vantagem a funcionários da Petrobras, a partidos políticos, candidatos para que pratiquem atos de ofício em desconformidade à lei", destaca a PF.

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