OCDE prova: educação no Brasil é ruim, mas já foi pior
Brasil foi apresentado como um bom exemplo de melhoria na educação em relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico
Talita Abrantes
Publicado em 14 de maio de 2015 às 15h32.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 14h43.
São Paulo – Novamente, o desempenho do Brasil em um ranking global de educação decepcionou. Entre 76 países avaliados pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), o país ficou lá atrás na 60ª posição. Mesmo assim, o Brasil foi apresentado com um bom exemplo – acredite se quiser – no relatório divulgado pelo órgão.
Segundo o estudo que avalia o impacto da educação no desempenho econômico de uma dada nação, a evolução do sistema educacional brasileiro é clara.
“A performance do Brasil em matemática , leitura e ciências melhorou notavelmente na última década”, afirma o relatório levando em conta as notas dos alunos brasileiros no PISA.
Em uma década, o desempenho dos estudantes brasileiros na prova de matemática do PISA aumentou em um ritmo de 4,1 pontos por ano – saltando de 356 pontos, em 2003, para 391 pontos, em 2012. Nos testes de leitura, o desempenho melhorou, em média, 2,3 pontos anualmente.
O número de adolescentes e crianças na escola também já foi pior. O relatório conta que, em 2003, apenas 65% dos adolescentes com 15 anos estavam na escola. Quase dez anos depois, a proporção já era de 78%.
O estudo elogia as iniciativas do governo federal nos últimos anos como a criação do FUNDEF (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental) – que, segundo o relatório, melhorou os salários dos professores e tornou a distribuição dos recursos mais igualitária – e a criação do Bolsa Escola, que “tirou muitas famílias do nível de pobreza extrema ao encorajar o interesse para que as crianças recebessem educação”, afirma.
A publicação também destaca a obrigatoriedade do diploma de Ensino Superior para professores desde 1996 com a Lei de Diretrizes e Bases, entre outras medidas.
Mas, como o desempenho do Brasil no ranking aponta, nem tudo foi resolvido na educação brasileira. O relatório afirma que, apesar dos avanços na cobertura de ensino serem marcantes, as taxas de evasão escolar no país ainda são gritantes – e pioraram em uma década.
Em 2003, 33% dos estudantes tinham repetido ao menos uma série do fundamental. Já em 2012, o número saltou para 36% dos adolescentes.
“Os estudantes deixam [a escola] porque o currículo não é engajante ou porque eles precisam trabalhar ou devido à prevalência da repetição de série”, diz. Segundo o relatório, os estudantes levam em média 12 anos para terminar o ensino fundamental no Brasil – algo que favorece a evasão escolar. As greves de professores em vários estados brasileiros nos últimos dias - e as cenas de violência contra docentes no Paraná - também mostram que o país ainda tem um longo (e árduo) percurso para trilhar. Em outro relatório feito com base nos números da OCDE, o Brasil aparece entre os países que oferecem os piores salários para professores do mundo. Veja, nas imagens, alguns dados que mostram como a educação no Brasil está melhorando ainda que a passos lentos.
Segundo o estudo que avalia o impacto da educação no desempenho econômico de uma dada nação, a evolução do sistema educacional brasileiro é clara.
“A performance do Brasil em matemática , leitura e ciências melhorou notavelmente na última década”, afirma o relatório levando em conta as notas dos alunos brasileiros no PISA.
Em uma década, o desempenho dos estudantes brasileiros na prova de matemática do PISA aumentou em um ritmo de 4,1 pontos por ano – saltando de 356 pontos, em 2003, para 391 pontos, em 2012. Nos testes de leitura, o desempenho melhorou, em média, 2,3 pontos anualmente.
O número de adolescentes e crianças na escola também já foi pior. O relatório conta que, em 2003, apenas 65% dos adolescentes com 15 anos estavam na escola. Quase dez anos depois, a proporção já era de 78%.
O estudo elogia as iniciativas do governo federal nos últimos anos como a criação do FUNDEF (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental) – que, segundo o relatório, melhorou os salários dos professores e tornou a distribuição dos recursos mais igualitária – e a criação do Bolsa Escola, que “tirou muitas famílias do nível de pobreza extrema ao encorajar o interesse para que as crianças recebessem educação”, afirma.
A publicação também destaca a obrigatoriedade do diploma de Ensino Superior para professores desde 1996 com a Lei de Diretrizes e Bases, entre outras medidas.
Mas, como o desempenho do Brasil no ranking aponta, nem tudo foi resolvido na educação brasileira. O relatório afirma que, apesar dos avanços na cobertura de ensino serem marcantes, as taxas de evasão escolar no país ainda são gritantes – e pioraram em uma década.
Em 2003, 33% dos estudantes tinham repetido ao menos uma série do fundamental. Já em 2012, o número saltou para 36% dos adolescentes.
“Os estudantes deixam [a escola] porque o currículo não é engajante ou porque eles precisam trabalhar ou devido à prevalência da repetição de série”, diz. Segundo o relatório, os estudantes levam em média 12 anos para terminar o ensino fundamental no Brasil – algo que favorece a evasão escolar. As greves de professores em vários estados brasileiros nos últimos dias - e as cenas de violência contra docentes no Paraná - também mostram que o país ainda tem um longo (e árduo) percurso para trilhar. Em outro relatório feito com base nos números da OCDE, o Brasil aparece entre os países que oferecem os piores salários para professores do mundo. Veja, nas imagens, alguns dados que mostram como a educação no Brasil está melhorando ainda que a passos lentos.