Exame logo 55 anos
Remy Sharp
Acompanhe:

O óleo no Nordeste e os leilões do pré-sal: um alerta ao Brasil

Enquanto o governo aumentou a pressão sobre a Venezuela, a resposta errática à tragédia reforça a necessidade de investimentos para os próximos anos

Modo escuro

Pernambuco: ninguém sabe quanto petróleo ainda chegará às praias nordestinas (Diego Nigro/Reuters)

Pernambuco: ninguém sabe quanto petróleo ainda chegará às praias nordestinas (Diego Nigro/Reuters)

R
Redação Exame

Publicado em 24 de outubro de 2019, 06h59.

Última atualização em 24 de outubro de 2019, 07h08.

A quinta-feira começa com o governo brasileiro ampliando a pressão sobre a Venezuela na onda de poluição por petróleo nas praias do Nordeste. Em declaração ontem, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, afirmou que o governo solicitou à Organização dos Estados Americanos (OEA) que mandasse um ofício para que o regime de Nicolás Maduro explique de onde vem a substância.

Ter certeza sobre a origem dos vazamentos é essencial — e é sintomático que dois meses após o aparecimento das primeiras manchas ainda exista incertezas na mesa sobre esta questão. Mas o óleo no Nordeste reforça a importância do Brasil de investir na prevenção e na resposta a desastres ambientais, como mostra a edição de EXAME desta quinta-feira.

Em entrevista à GloboNews ontem, o governo baiano, Rui Costa (PT), voltou a criticar a demora do governo em medidas de contenção. “As medidas parece que se resumem a culpar outro país”, afirmou. Na falta de uma autarquia com capacidade técnica, a própria Petrobras foi acionada para coletar amostras do óleo e apontar sua origem. Enquanto isso, o trabalho de limpeza das praias segue nas mãos de voluntários misturados a militares e agentes públicos, num improviso total.

“A ação do governo poderia ter sido mais rápida, faltou colcoar em prática um plano de contenção de danos mais efetivo”, afirmou Vanderlei Oliveira, diretor da RTA Ambiental, consultoria que presta esse tipo de serviço para a indústria extrativa. “O país precisa estar pronto para executar planos de emergência rapidamente, ainda mais em um horizonte de avanço na produção de petróleo”.

O especialista se refere ao leilão da cessão onerosa do pré-sal, previsto para o dia 6 de novembro e que atraiu o interesse de 14 grandes petroleiras internacionais. Junto com outros leilões, este próximo deve ajudar a dobrar a produção de petróleo no Brasil até 2030, reduzindo a concentração na Petrobras. É um novo cenário que vai demandar mais do governo.

“O foco precisa ser o fortalecimento da Agência Nacional do Petróleo, com mais recursos e funcionários. O papel ‘fantasma’ das agências reguladoras pode ser um grande problema para a indústria petrolífera no futuro”, afirmou Juarez Fontana, sócio da consultoria especializada em óleo e gás Argusplat.

Mais de mil toneladas de petróleo já foram retiradas das praias nordestinas — e ninguém sabe até onde a conta pode chegar.

Últimas Notícias

ver mais
Acordo Mercosul-União Europeia não será assinado sem ajuste, diz Lula
Brasil

Acordo Mercosul-União Europeia não será assinado sem ajuste, diz Lula

Há 17 horas
Como a Galera.bet quer liderar setor de apostas e abrir capital no Brasil
Brasil

Como a Galera.bet quer liderar setor de apostas e abrir capital no Brasil

Há 17 horas
Lira sofre reveses em casos na Justiça. Entenda o que está em jogo
Brasil

Lira sofre reveses em casos na Justiça. Entenda o que está em jogo

Há 18 horas
Não podemos ser escravos de algoritmos, diz Flávio Dino
Brasil

Não podemos ser escravos de algoritmos, diz Flávio Dino

Há 19 horas
icon

Branded contents

ver mais

Conteúdos de marca produzidos pelo time de EXAME Solutions

Exame.com

Acompanhe as últimas notícias e atualizações, aqui na Exame.

leia mais