O fantasma do doping no Rio
Faltam exatamente duas semanas para a abertura dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro e a delegação da Rússia ainda não sabe se viaja para o Brasil. Ontem, a Corte Arbitral do Esporte rejeitou a apelação do Comitê Olímpico russo para que os 68 atletas de atletismo do país pudessem participar da competição. A Federação do esporte […]
Da Redação
Publicado em 22 de julho de 2016 às 06h40.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h40.
Faltam exatamente duas semanas para a abertura dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro e a delegação da Rússia ainda não sabe se viaja para o Brasil. Ontem, a Corte Arbitral do Esporte rejeitou a apelação do Comitê Olímpico russo para que os 68 atletas de atletismo do país pudessem participar da competição. A Federação do esporte russa é acusada de patrocinar um esquema para burlar as políticas antidoping em competições. Caberá ao Comitê Olímpico Internacional decidir se esses atletas – que não possuem casos de doping na carreira – poderão competir sem representar nenhum país.
O esquema ganhou outras proporções quando a Agência Mundial Antidoping (Wada) divulgou, na segunda-feira, um relatório que confirmava a existência de um esquema de doping organizado pelo governo russo para os jogos de inverno de Sochi, em 2014. A Wada solicitou que toda a delegação russa seja punida e a decisão deve sair até a próxima segunda-feira.
Nas últimas Olimpíadas, a Rússia ficou em quarto lugar geral, com 82 medalhas, sendo 24 ouros. Só o atletismo foi responsável por sete medalhas douradas. O Brasil, que planeja ficar entre os 10 primeiros no quadro de medalhas, não deve ser beneficiado com a possível saída da Rússia da competição, já que os russos são fortes em modalidades em que não temos grande tradição. Uma exceção é o vôlei.
Diversas associações esportivas defendem que apenas atletas pegos no antidoping sejam punidos. O Comitê Olímpico Internacional vai decidir se é melhor não correr o risco de punir pessoas que dedicaram a vida pelo objetivo esportivo injustamente, ou de deixar passar competidores que se beneficiaram do esquema e, justamente por isso, nunca caíram no exame. Provavelmente, nenhuma das opções será justa, mas alguma terá que ser tomada. Se fora das pistas e das quadras o terrorismo é a grande preocupação dos Jogos do Rio, dentro delas o doping é o grande fantasma.