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Novo sistema receberá potássio de Belarus em porto do Paraná

Terminal no complexo portuário de Paranaguá poderá operar como um entreposto para receber o cloreto de potássio vindo da ex-república soviética

Cloreto de potássio: operação permitirá à empresa driblar um dos gargalos logísticos do país, que é a fila de navios à espera de espaço para atracar no porto paranaense no auge das importações (Bloomberg)
DR

Da Redação

Publicado em 18 de julho de 2013 às 12h44.

São Paulo - A Terminais Portuários da Ponta do Félix (TPPF), de Antonina ( PR ), fechou contrato pioneiro com uma das maiores empresas produtoras de cloreto de potássio do mundo, de Belarus, que permitirá à companhia driblar gargalos logísticos no Brasil e agilizar a venda do insumo com crescente demanda no país, disse um executivo da TPPF à Reuters.

O contrato prevê que o terminal, no complexo portuário de Paranaguá, no litoral paranaense, poderá operar como um entreposto para receber o cloreto de potássio (KCl) vindo da ex-república soviética.

"É um 'upgrade' de um contrato que nós já possuímos... É uma extensão que é resultado, obviamente, de um posicionamento estratégico da empresa no mercado brasileiro", disse o diretor comercial operacional da TPPF, Cícero Simião, em entrevista.

O executivo, porém, não quis mencionar o nome da companhia de Belarus, citando impedimentos contratuais.

O produto poderá ficar armazenado em Antonina à espera de compradores, ainda sendo considerado propriedade da companhia estrangeira, por um ano.

Esse prazo pode ser prorrogado por mais um ano e neste período as cargas devem ser vendidas no Brasil, sendo desembaraçadas gradualmente.

Ao mesmo tempo, a operação permitirá à empresa de Belarus driblar um dos gargalos logísticos do país, que é a fila de navios que se forma à espera de espaço para atracar no porto paranaense no auge das importações, que ocorre entre agosto e setembro.

Pelo contrato anterior, sob o sistema alfandegário, a empresa de Belarus primeiro negociava com o comprador e só então fechava o frete para embarcar o produto ao Brasil, tendo 60 dias após a chegada do cloreto de potássio no país para finalizar o processo burocrático junto à alfândega.

A TPPF é uma empresa privada que arrenda uma área no complexo portuário de Paranaguá e Antonina, principal via de entrada de fertilizantes no Brasil, que depois seguem para importantes regiões produtoras do país, como Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, entre outros.


Pelo novo contrato, o terminal privado paranaense movimentará 10 milhões de toneladas da companhia de Belarus por um período de 10 anos.

"É um contrato grande. Nós seremos o único terminal aqui no Brasil com este volume e este cliente com este produto (cloreto de potássio)", acrescentou o executivo.

A TPPF conta atualmente com capacidade estática para armazenar 200 mil toneladas e prevê ampliar a estrutura em 70 mil toneladas ainda este ano. A empresa também dará início à construção de mais dois armazéns, cada um com capacidade para armazenar mais 120 mil toneladas.

Com o aprimoramento do contrato, a companhia colocou recentemente em operação mais um guindaste que permitiu à TPPF dobrar a capacidade diária de movimentação para 20 mil toneladas.

O Brasil importa cerca de 90 por cento de sua demanda total por potássio, um dos três insumos utilizados na formulação NPK (sigla em inglês para nitrogênio, fósforo e potássio) dos adubos.

Com o Brasil se preparando para cultivar área recorde com soja, a perspectiva é de demanda crescente pelo insumo.

As vendas de fertilizantes no Brasil atingiram volume recorde de 12,15 milhões de toneladas no primeiro semestre deste ano, segundo a associação que reúne a indústria (Anda).

As vendas de fertilizantes potássicos tiveram alta de 2,8 por cento nos primeiros seis meses do ano, passando para 1,9 milhão de toneladas.

Flexibilidade

O superintendente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), Luiz Henrique Dividino, observou que o negócio pioneiro no país permitirá que a companhia de Belarus possa colocar o produto no país nos intervalos em que os preços do frete estão mais baixos.

"Abre-se mais uma janela para importação do potássio, um produto que é fundamental na composição do fertilizante. É um sistema pioneiro entre os principais portos que operam com fertilizantes no país", disse Dividino.

Ele explicou que um contrato como este, sob o sistema de entreposto, pode reduzir sensivelmente o tempo entre negociação e entrega do produto ao consumidor final, para até uma semana.

Normalmente, uma operação deste tipo poderia levar até 45 dias entre negociar o produto, colocar no navio e desembarcar em Paranaguá ou Antonina, acrescentou.

Dividino disse que a administração portuária concluiu recentemente a dragagem, permitindo a entrada de navios maiores, e melhorou a estrutura para receber os fertilizantes, com reflexos já no primeiro semestre deste ano.

Os portos paranaenses registraram alta de 22 por cento na importação de fertilizantes no primeiro semestre do ano ante igual período de 2013, totalizando 4,7 milhões de toneladas, com fatia de 47 por cento do total recebido no período pelo país, segundo a Appa.

Como tradicionalmente as vendas de fertilizantes ganham impulso maior no segundo semestre, em meio aos preparativos para o cultivo da safra de verão, Dividino estimou que a participação dos portos paranaenses poderá superar 50 por cento do total importado ao longo deste ano no Brasil.

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O contrato prevê que o terminal, no complexo portuário de Paranaguá, no litoral paranaense, poderá operar como um entreposto para receber o cloreto de potássio (KCl) vindo da ex-república soviética.

"É um 'upgrade' de um contrato que nós já possuímos... É uma extensão que é resultado, obviamente, de um posicionamento estratégico da empresa no mercado brasileiro", disse o diretor comercial operacional da TPPF, Cícero Simião, em entrevista.

O executivo, porém, não quis mencionar o nome da companhia de Belarus, citando impedimentos contratuais.

O produto poderá ficar armazenado em Antonina à espera de compradores, ainda sendo considerado propriedade da companhia estrangeira, por um ano.

Esse prazo pode ser prorrogado por mais um ano e neste período as cargas devem ser vendidas no Brasil, sendo desembaraçadas gradualmente.

Ao mesmo tempo, a operação permitirá à empresa de Belarus driblar um dos gargalos logísticos do país, que é a fila de navios que se forma à espera de espaço para atracar no porto paranaense no auge das importações, que ocorre entre agosto e setembro.

Pelo contrato anterior, sob o sistema alfandegário, a empresa de Belarus primeiro negociava com o comprador e só então fechava o frete para embarcar o produto ao Brasil, tendo 60 dias após a chegada do cloreto de potássio no país para finalizar o processo burocrático junto à alfândega.

A TPPF é uma empresa privada que arrenda uma área no complexo portuário de Paranaguá e Antonina, principal via de entrada de fertilizantes no Brasil, que depois seguem para importantes regiões produtoras do país, como Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, entre outros.


Pelo novo contrato, o terminal privado paranaense movimentará 10 milhões de toneladas da companhia de Belarus por um período de 10 anos.

"É um contrato grande. Nós seremos o único terminal aqui no Brasil com este volume e este cliente com este produto (cloreto de potássio)", acrescentou o executivo.

A TPPF conta atualmente com capacidade estática para armazenar 200 mil toneladas e prevê ampliar a estrutura em 70 mil toneladas ainda este ano. A empresa também dará início à construção de mais dois armazéns, cada um com capacidade para armazenar mais 120 mil toneladas.

Com o aprimoramento do contrato, a companhia colocou recentemente em operação mais um guindaste que permitiu à TPPF dobrar a capacidade diária de movimentação para 20 mil toneladas.

O Brasil importa cerca de 90 por cento de sua demanda total por potássio, um dos três insumos utilizados na formulação NPK (sigla em inglês para nitrogênio, fósforo e potássio) dos adubos.

Com o Brasil se preparando para cultivar área recorde com soja, a perspectiva é de demanda crescente pelo insumo.

As vendas de fertilizantes no Brasil atingiram volume recorde de 12,15 milhões de toneladas no primeiro semestre deste ano, segundo a associação que reúne a indústria (Anda).

As vendas de fertilizantes potássicos tiveram alta de 2,8 por cento nos primeiros seis meses do ano, passando para 1,9 milhão de toneladas.

Flexibilidade

O superintendente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), Luiz Henrique Dividino, observou que o negócio pioneiro no país permitirá que a companhia de Belarus possa colocar o produto no país nos intervalos em que os preços do frete estão mais baixos.

"Abre-se mais uma janela para importação do potássio, um produto que é fundamental na composição do fertilizante. É um sistema pioneiro entre os principais portos que operam com fertilizantes no país", disse Dividino.

Ele explicou que um contrato como este, sob o sistema de entreposto, pode reduzir sensivelmente o tempo entre negociação e entrega do produto ao consumidor final, para até uma semana.

Normalmente, uma operação deste tipo poderia levar até 45 dias entre negociar o produto, colocar no navio e desembarcar em Paranaguá ou Antonina, acrescentou.

Dividino disse que a administração portuária concluiu recentemente a dragagem, permitindo a entrada de navios maiores, e melhorou a estrutura para receber os fertilizantes, com reflexos já no primeiro semestre deste ano.

Os portos paranaenses registraram alta de 22 por cento na importação de fertilizantes no primeiro semestre do ano ante igual período de 2013, totalizando 4,7 milhões de toneladas, com fatia de 47 por cento do total recebido no período pelo país, segundo a Appa.

Como tradicionalmente as vendas de fertilizantes ganham impulso maior no segundo semestre, em meio aos preparativos para o cultivo da safra de verão, Dividino estimou que a participação dos portos paranaenses poderá superar 50 por cento do total importado ao longo deste ano no Brasil.

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