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Novo conceito de intervenção da Otan no mundo preocupa Brasil

“Isso é carta branca”, disse hoje o ministro da Defesa, Nelson Jobim, na conferência internacional promovida pelo Centro Brasileiro de Relações Internacionais

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 7 de abril de 2011 às 19h24.

Rio de Janeiro - O governo brasileiro está preocupado com o novo conceito estratégico da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), que permite a intervenção em qualquer lugar do mundo onde os interesses dos países integrantes tenham sido lesados, com ou sem a autorização prévia da Organização das Nações Unidas (ONU).

“Isso é carta branca”, disse hoje (7) o ministro da Defesa, Nelson Jobim, ao participar de conferência internacional promovida pelo Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), no Rio de Janeiro. Ele não crê que isso possa afetar os interesses brasileiros, mas deu um recado: “O Brasil tem um compromisso muito sério na América do Sul com a preservação da soberania da Argentina sobre as [Ilhas] Malvinas”.

No contexto da segurança internacional, o ministro defendeu os objetivos do país de garantir a soberania nacional e a integridade do território; a construção de uma identidade sul- americana de segurança e defesa baseada na cooperação; e a ampliação da capacidade de respaldo da política externa por parte da estratégia de defesa. Para isso, terá grande importância, segundo ele, o aparelhamento das Forças Armadas. “A defesa é um projeto de desenvolvimento, porque fundamenta um bem público intangível, que é a segurança.”

O ministro afirmou que o Brasil vai continuar pleiteando um assento no Conselho de Segurança da ONU e insistindo na busca de “relacionamentos produtivos e não excludentes com todos os atores relevantes”. Por ser um país tolerante, que busca sempre o diálogo e a cooperação, o Brasil poderá contribuir muito no Conselho de Segurança da ONU, assinalou.

Jobim assegurou, contudo, que a posição brasileira é de distanciamento da questão da Líbia, apesar de a intervenção naquele país ter sido autorizada pela ONU. O Brasil não se intromete em conflitos externos que objetivem fazer a paz, mas em ações de manutenção da paz, esclareceu. “Não contem conosco”, afirmou. O governo brasileiro vê com cautela esse tipo de intervenção, porque, muitas vezes, pode esconder interesses de outras nações, acrescentou..

Ele disse que as experiências de soluções armadas no Oriente sempre acabaram em condições de agravamento da situação de instabilidade. “O que temos que buscar é uma situação de estabilidade na região que seja produzida interna e não imposta de fora”. Jobim lembrou que a questão das armas de destruição em massa no Iraque que foram a motivação para a invasão norte americana naquele país. E indagou: “Onde estavam [as armas]? Ninguém respondeu”.

O ministro reafirmou que a Constituição Federal não prevê o desenvolvimento de armas nucleares. A tecnologia é desenvolvida no país para atuação nas áreas de energia e saúde e, também, para impulsionar um submarino mais ágil e moderno para defender a costa nacional, onde se destaca a exploração do petróleo da camada pré-sal.

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Rio de Janeiro - O governo brasileiro está preocupado com o novo conceito estratégico da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), que permite a intervenção em qualquer lugar do mundo onde os interesses dos países integrantes tenham sido lesados, com ou sem a autorização prévia da Organização das Nações Unidas (ONU).

“Isso é carta branca”, disse hoje (7) o ministro da Defesa, Nelson Jobim, ao participar de conferência internacional promovida pelo Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), no Rio de Janeiro. Ele não crê que isso possa afetar os interesses brasileiros, mas deu um recado: “O Brasil tem um compromisso muito sério na América do Sul com a preservação da soberania da Argentina sobre as [Ilhas] Malvinas”.

No contexto da segurança internacional, o ministro defendeu os objetivos do país de garantir a soberania nacional e a integridade do território; a construção de uma identidade sul- americana de segurança e defesa baseada na cooperação; e a ampliação da capacidade de respaldo da política externa por parte da estratégia de defesa. Para isso, terá grande importância, segundo ele, o aparelhamento das Forças Armadas. “A defesa é um projeto de desenvolvimento, porque fundamenta um bem público intangível, que é a segurança.”

O ministro afirmou que o Brasil vai continuar pleiteando um assento no Conselho de Segurança da ONU e insistindo na busca de “relacionamentos produtivos e não excludentes com todos os atores relevantes”. Por ser um país tolerante, que busca sempre o diálogo e a cooperação, o Brasil poderá contribuir muito no Conselho de Segurança da ONU, assinalou.

Jobim assegurou, contudo, que a posição brasileira é de distanciamento da questão da Líbia, apesar de a intervenção naquele país ter sido autorizada pela ONU. O Brasil não se intromete em conflitos externos que objetivem fazer a paz, mas em ações de manutenção da paz, esclareceu. “Não contem conosco”, afirmou. O governo brasileiro vê com cautela esse tipo de intervenção, porque, muitas vezes, pode esconder interesses de outras nações, acrescentou..

Ele disse que as experiências de soluções armadas no Oriente sempre acabaram em condições de agravamento da situação de instabilidade. “O que temos que buscar é uma situação de estabilidade na região que seja produzida interna e não imposta de fora”. Jobim lembrou que a questão das armas de destruição em massa no Iraque que foram a motivação para a invasão norte americana naquele país. E indagou: “Onde estavam [as armas]? Ninguém respondeu”.

O ministro reafirmou que a Constituição Federal não prevê o desenvolvimento de armas nucleares. A tecnologia é desenvolvida no país para atuação nas áreas de energia e saúde e, também, para impulsionar um submarino mais ágil e moderno para defender a costa nacional, onde se destaca a exploração do petróleo da camada pré-sal.

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