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Nosso programa prevê ações alinhadas a princípios católicos, diz Haddad

O candidato petista e o secretário-geral da CNBB falam sobre alguns temas como o aborto, a proteção do meio ambiente e a questão indígena e quilombola

Haddad: 46% dos católicos apoiam Bolsonaro contra 40% de Haddad, aponta pesquisa feita após o 1º turno (Washington Alves/Reuters)

Haddad: 46% dos católicos apoiam Bolsonaro contra 40% de Haddad, aponta pesquisa feita após o 1º turno (Washington Alves/Reuters)

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AFP

Publicado em 11 de outubro de 2018 às 16h23.

Última atualização em 8 de junho de 2020 às 15h55.

O candidato petista Fernando Haddad destacou nesta quinta-feira (11) as suas concordâncias com temas que a Igreja Católica "considera essenciais", relacionados à violência, ao meio ambiente, à corrupção, ao aborto e à preservação das instituições democráticas.

"Nosso programa prevê ações alinhadas a esses princípios", declarou Haddad a repórteres após reunião em Brasília com o secretário-geral da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Leonardo Steiner.

A visita foi feita a pouco mais de duas semanas do segundo turno, no qual o candidato de extrema direita Jair Bolsonaro é considerado o grande favorito, com 58% das intenções de voto contra 42% para o candidato do PT, de acordo com pesquisas.

Mas Haddad destacou que há apenas um mês ele se tornou o candidato oficial após a invalidação da candidatura do ex-presidente Lula, e que espera continuar crescendo diante do eleitorado.

"Quem saiu dos 4% de intenções de voto para saltar aos 42% também vai chegar aos 50%. Faltam oito para chegar aos 50%. Temos duas semanas de trabalho para conseguir esses 8%", afirmou.

Bolsonaro ganhou apoio generalizado das influentes igrejas evangélicas e também tem grande aceitação entre os católicos, no país com o maior número de fiéis no mundo dessa religião.

De acordo com a primeira pesquisa realizada após o primeiro turno eleitoral no domingo, 46% dos católicos apoiam Bolsonaro contra 40% de Haddad.

Entre os evangélicos, Bolsonaro tem 60% e Haddad, 25%.

Em entrevista ao site de notícias UOL, Steiner lembrou na segunda-feira que, por lei, os padres não podem apoiar qualquer candidato em eventos religiosos, mas "podem falar da importância de preservar a democracia".

Bolsonaro destacou-se ao longo de sua carreira por um discurso autoritário e sua admiração pela ditadura militar (1964-1985).

Haddad disse que Steiner explicou a ele as cinco questões que mais preocupam os católicos que irão às urnas no segundo turno.

Essas questões são "o compromisso com a ação do Estado no combate à violência, no combate à corrupção, o fortalecimento das instituições democráticas, a defesa do meio ambiente e um compromisso com a preservação da vida".

A CNBB emitiu um comunicado no qual afirmou que Haddad "não veio pedir apoio", e também listou os temas discutidos, em outra ordem e com outros termos: "A não legalização do aborto, a proteção do meio ambiente, a preocupação especial pela questão indígena e quilombola (comunidades de descendentes de escravos fugitivos), a defesa da democracia e o rigoroso combate à corrupção".

O programa Haddad não se refere ao aborto. O candidato disse em 2012 ser "pessoalmente contra" sua legalização. Ele também pediu para "estabelecer políticas públicas que ofereçam às mulheres condições para planejar suas vidas".

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