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No Brasil, até imperatriz é enterrada com bijuteria

Pela 1ª vez, membros da família real brasileira têm os corpos exumados. Entre as descobertas, a de que a mulher de D. Pedro I, Leopoldina, foi enterrada com bijuterias

Imperatriz Leopoldina, primeira mulher de D. Pedro I: ela participou da Independência do Brasil, mas os brincos com os quais ela foi enterrada são de resina (Reprodução quadro de Joseph Kreutzinger / Wikimedia Commons/Reprodução)
DR

Da Redação

Publicado em 19 de fevereiro de 2013 às 08h19.

São Paulo – Um ambicioso e inédito trabalho de exumação dos corpos de membros da família real brasileira pode ajudar a esclarecer várias dúvidas históricas que perseguem os personagens da época da independência do país. As descobertas do trabalho da Universidade de São Paulo mostram que, entre outras novidades, a Imperatriz Leopoldina, primeira mulher de D. Pedro I, não foi enterrada com joias preciosas, como caberia a uma monarca de um Brasil recém-independente. Ao falecer, em 1829, ela recebeu brincos feitos de resina. Bijuteria, em suma.

As revelações foram feitas pelo O Estado de S. Paulo. O jornal acompanhou o longo trabalho de dissertação de mestrado da arqueóloga Valdirene do Carmo Ambiel no Museu de Arqueologia e Etnologia da USP.

Com autorização dos descendentes da família real, pesquisadores levaram a cabo uma complexa operação de exumação das urnas funerárias de D. Pedro I, o primeiro imperador do Brasil, e suas duas mulheres, Dona Leopoldina e Dona Amélia.

É a primeira vez que nomes tão relevantes para a história do país passam por tomografias e ressonância magnética, em estudo que permitirá analisar detalhes da vida de cada um a partir dos ossos e roupas encontradas na cripta, localizada no Parque da Independência, em São Paulo .

Os corpos foram exumados em momentos diferentes entre março e setembro do ano passado. O trabalho, no entanto, só se tornou público hoje.

Foi na análise do único ornamento com o qual Dona Leopoldina foi enterrada, um par de brincos de ouro com gemas, que se descobriu que ele eram feitos de resina, segundo o Estado de S. Paulo, e não pedras preciosas.

Ela vestia a mesma roupa usada na coroação de Imperatriz do Brasil, em 1822.

Outra importante - e talvez mais relevante - descoberta feita pelo trabalho é sobre a causa da morte da primeira imperatriz brasileira. Alguns historiadores difundiram a versão de que ela teria sucumbido depois de um acesso de cólera por parte de D. Pedro I, em que ela teria sido jogada das escadarias da residência da família real, no Rio de Janeiro .


Não foi constatada, no entanto, nenhuma fratura em seus ossos, segundo os pesquisadores.

A segunda mulher
A prova de que o Brasil precisa se reconciliar com seu passado histórico é que não se sabia, por exemplo, que Dona Amélia, segunda mulher de D. Pedro, foi enterrada mumificada.

Assim, foi uma surpresa para os pesquisadores - que passaram por uma complexa operação para transportar os restos mortais até o Hospital das Clínicas, em São Paulo - encontrar o corpo conservado, mais de 130 anos após sua morte, com órgãos preservados, além de cabelos e unhas.

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São Paulo – Um ambicioso e inédito trabalho de exumação dos corpos de membros da família real brasileira pode ajudar a esclarecer várias dúvidas históricas que perseguem os personagens da época da independência do país. As descobertas do trabalho da Universidade de São Paulo mostram que, entre outras novidades, a Imperatriz Leopoldina, primeira mulher de D. Pedro I, não foi enterrada com joias preciosas, como caberia a uma monarca de um Brasil recém-independente. Ao falecer, em 1829, ela recebeu brincos feitos de resina. Bijuteria, em suma.

As revelações foram feitas pelo O Estado de S. Paulo. O jornal acompanhou o longo trabalho de dissertação de mestrado da arqueóloga Valdirene do Carmo Ambiel no Museu de Arqueologia e Etnologia da USP.

Com autorização dos descendentes da família real, pesquisadores levaram a cabo uma complexa operação de exumação das urnas funerárias de D. Pedro I, o primeiro imperador do Brasil, e suas duas mulheres, Dona Leopoldina e Dona Amélia.

É a primeira vez que nomes tão relevantes para a história do país passam por tomografias e ressonância magnética, em estudo que permitirá analisar detalhes da vida de cada um a partir dos ossos e roupas encontradas na cripta, localizada no Parque da Independência, em São Paulo .

Os corpos foram exumados em momentos diferentes entre março e setembro do ano passado. O trabalho, no entanto, só se tornou público hoje.

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Ela vestia a mesma roupa usada na coroação de Imperatriz do Brasil, em 1822.

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Não foi constatada, no entanto, nenhuma fratura em seus ossos, segundo os pesquisadores.

A segunda mulher
A prova de que o Brasil precisa se reconciliar com seu passado histórico é que não se sabia, por exemplo, que Dona Amélia, segunda mulher de D. Pedro, foi enterrada mumificada.

Assim, foi uma surpresa para os pesquisadores - que passaram por uma complexa operação para transportar os restos mortais até o Hospital das Clínicas, em São Paulo - encontrar o corpo conservado, mais de 130 anos após sua morte, com órgãos preservados, além de cabelos e unhas.

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