Não há participação da família Bolsonaro no caso Marielle, diz delegado
Delegado Antônio Ricardo Lima Nunes disse que não há elementos que apontem o envolvimento do presidente Bolsonaro e seus filhos no crime
Agência O Globo
Publicado em 10 de junho de 2020 às 12h12.
Última atualização em 10 de junho de 2020 às 13h54.
O delegado Antônio Ricardo Lima Nunes, titular do Departamento Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa (DGHPP), afirmou na manhã desta quarta-feira que a Polícia Civil do Rio tem certeza de que "não há nenhuma participação da família Bolsonaro" na morte da vereadora Marielle Franco (Psol) e seu motorista Anderson Gomes.
"Não tem nenhuma participação da família Bolsonaro nesse evento. Não temos indício dessa família no caso. Temos certeza de que não há participação", afirmou Nunes.
Questionado sobre quais são os indícios que levaram os investigadores a descartar o envolvimento de algum parente do presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido) na morte da parlamentar e seu motorista, Nunes garantiu que “não tem elementos que indiquem a participação.”
No ano passado, um dos porteiros do Condomínio Vivendas da Barra, no Recreio do Bandeirantes, na zona oeste do Rio, onde vive a família Bolsonaro, disse em depoimento à Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) que um homem chamado Élcio (que seria Élcio Queiroz, um dos acusados pela execução de Marielle) deu entrada no local em 14 de março de 2018 dirigindo um Renault Logan prata. Ele teria informado ao porteiro que iria visitar a casa 58, de Bolsonaro. O porteiro afirmou ter confirmado a entrada com o “seu Jair.”
O presidente, na época deputado federal, estava em Brasília conforme registros da Câmara dos Deputados. Questionado nesta quarta-feira se o porteiro havia mentido, Antônio Ricardo disse que “o porteiro é um senhor e pode ter se enganado no momento.” Aos jornalistas, o diretor do DGHPP afirmou que o caso poderá será solucionado ainda este ano.
"Temos outros inquéritos que vão resultar na prisão de outras pessoas", afirmou o delegado.
Segundo a Polícia Civil, até às 10h30 o sargento Maxwell Simões Corrêa, o Suel, de 44 anos, preso nesta quarta-feira por suspeita de participação nas mortes de Marielle e Anderson, não havia prestado depoimento aos policiais.