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Não era só com dinheiro que a Odebrecht comprava políticos

A delação do lobista da Odebrecht Claudio Melo Filho mostra que a empreiteira comprou o apoio dos políticos também com mimos

O ex-ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, aperece na delação da Odebrecht (REUTERS/Ueslei Marcelino)

Diogo Max

Publicado em 10 de dezembro de 2016 às 11h44.

Última atualização em 14 de dezembro de 2016 às 08h23.

São Paulo – A delação do lobista da Odebrecht Claudio Melo Filho mostra que a empreiteira comprou o apoio dos políticos da alta cúpula do governo Dilma e Temer não só com dinheiro vivo. Mas com mimos também.

Ex-ministro da Casa Civil ex-governador da Bahia, Jaques Wagner ganhou em 2012 um relógio avaliado em 20 mil dólares. Trata-se de um dispositivo da Hublot, modelo Oscar Niemeyer, com o Congresso estampado no fundo, de acordo com a Veja.

Já em 2014, ainda segundo a reportagem, Wagner recebeu um relógio Corum, avaliado em 4 mil dólares.  No total, nas contas da revista,  entre 2006 e 2011, Polo, como era chamado o ex-ministro nas planilhas, teria recebido mais de 10 milhões de reais do departamento de propinas da Odebrecht.

Um outro ex-ministro que ganhou um "presentinho" da Odebrecht foi Babel, como era chamado Geddel Vieira Lima, ex-secretário de Governo de Temer.

De acordo com uma reportagem do Buzzfeed, publicada no final de novembro, ele recebeu um relógio suíço Patek Philippe, modelo Calatrava, que custou aproximadamente 25 mil dólares.

O dispositivo teria sido dado como presente pelos seus 50 anos, em 2009, quando Geddel ocupava o Ministério da Integração do governo Lula.

Temer

Revelada na última sexta-feira em primeira mão pela revista Veja e pelo site Buzzfeed, a delação do lobista da Odebrecht Claudio Melo Filho implica o presidente Michel Temer.

Temer e seu atual ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, teriam pedido 10 milhões de reais a Marcelo Odebrecht, em um encontro no Palácio do Jaburu.

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