MPF investiga se PF faz cobrança abusiva para emitir passaportes
De acordo com a Casa da Moeda, gasto para fazer documento, incluindo fabricação e fornecimento, é de R$ 74, enquanto o valor cobrado é de R$ 257
Estadão Conteúdo
Publicado em 7 de outubro de 2019 às 21h15.
O Ministério Público Federal em Santo Ângelo (RS), com aproximadamente 77 mil habitantes e distante 351 quilômetros de Porto Alegre, abriu inquérito civil público para averiguar se a Polícia Federal estaria realizando "cobranças abusivas" para a emissão de passaportes.
O gasto para a confecção dos documentos, incluindo fabricação, personalização e fornecimento, é de R$ 74, informou a Casa da Moeda do Brasil, entidade pública responsável pela manufatura dos passaportes, ao Ministério Público Federal.
Ao mesmo tempo, o valor cobrado atualmente para a concessão do passaporte pela PF é de R$ 257,25.
A Procuradoria defende a necessidade de entender os motivos para a diferença, uma vez que "se trata de modalidade de tributo vinculado a uma atuação estatal específica, não se admitindo, portanto, sua utilização para aparelhar e financiar atividades gerais e essenciais do Estado, que são custeados pelos impostos".
O pagamento da taxa deve ser feito após a pessoa se certificar de que possui todos os documentos e fazer a inscrição no site da PF. Após preencher o formulário, é gerado um boleto, que deve ser pago a partir de uma hora depois.
De acordo com o próprio site da PF, o valor é de R$ 257,25, mas pode ser superior em alguns casos.
Defesa
Em nota, a Polícia Federal informou que "apenas presta o serviço de expedição de passaporte, conforme Decreto nº 5978/2006. O serviço público é remunerado por taxa estipulada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, no qual a Polícia Federal está inserida, na Portaria 927/2015. O valor pago pelo requerente de passaporte vai para a conta do Tesouro Nacional."