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Morre aos 76 anos, em São Paulo, o jornalista Clóvis Rossi

O jornalista se recuperava de um enfarte sofrido na semana passada

Clóvis Rossi: Jornalista morre aos 76 anos, em São Paulo. (TV Brasil/EBC/Reprodução)

Clóvis Rossi: Jornalista morre aos 76 anos, em São Paulo. (TV Brasil/EBC/Reprodução)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 14 de junho de 2019 às 12h48.

Última atualização em 14 de junho de 2019 às 12h52.

São Paulo — O jornalista Clóvis Rossi morreu na madrugada desta sexta-feira, 14, aos 76 anos em São Paulo. A família comunicou a morte na conta dele no Facebook.

Clóvis Rossi nasceu em São Paulo no dia 25 de janeiro de 1943 e foi editor-chefe do jornal O Estado de S. Paulo. Atualmente, era colunista e membro do conselho editorial da Folha de S.Paulo.

O jornalista se recuperava de um enfarte sofrido na semana passada. O velório e o enterro acontecerão no cemitério Gethsêmani, na zona sul da capital paulista. Clovis Rossi deixa mulher, três filhos e três netos.

Última Coluna

O ataque cardíaco foi informado pelo jornalista em sua última coluna, publicada na quarta-feira, 12. Com o título de "Boletim Médico", Rossi fez questão de contar aos seus leitores o motivo de, no domingo anterior, não ter escrito como de costume. "É uma satisfação devida ao leitor, se é que há algum. Sofri um micro-infarto na sexta, 7, fiz a angioplastia, recebi um stent e, na terça, 11, outra angioplastia, com mais quatro stents", explicou.

Com total transparência, Rossi ainda informou que os médicos calculavam que poderia ter alta na quinta-feira, 13, e voltar à atividade profissional normal na próxima semana.

Carreira

Considerado um dos mais prestigiados jornalistas do País, Clóvis Rossi começou a carreira em 1963 e passou por alguns dos principais veículos de impressa nacionais. No jornal O Estado de S. Paulo atuou em diversas coberturas internacionais (uma de suas especialidades) e chegou a ser editor-chefe. Atuou também no Correio da Manhã, na revista Isto É, no jornal espanhol El País (onde manteve um blog) e, por último na Folha de S.Paulo, onde trabalhava desde 1980.

Experiente, Rossi ganhou diversos prêmios internacionais de jornalismo, entre eles o Maria Moors Cabot, da Universidade de Columbia, pelo conjunto da obra, e o da Fundação Nuevo Periodismo Ibero-Americano, criada por Gabriel García Márquez. Também escreveu livros: "Clóvis Rossi, Enviado Especial, 25 Anos ao Redor do Mundo" e "O que é Jornalismo". Por seu histórico, era presença frequente no Fórum Mundial de Davos.

Palmeirense e torcedor do Barcelona, onde morou, Rossi será velado no Cemitério Gethsêmani, em São Paulo. O início da cerimônia está previsto para 15h desta sexta-feira e o enterro será no sábado, 15, às 11h.

Admirado por jornalistas

Diretor de jornalismo do Grupo Estado, João Caminoto lamentou profundamente a morte do colega. "Uma pessoa excepcional, com quem tive o privilégio de conviver durante meus anos de correspondente na Europa. Um dos jornalistas mais competentes e completos que conheci", disse.

Para o governador de São Paulo, João Doria, o jornalismo brasileiro perde um de seus principais expoentes. "A compreensão do mundo fica mais difícil sem o olhar dedicado e racional de Clóvis Rossi. Meus sentimentos e solidariedade aos amigos e familiares", escreveu o governador em seu Twitter.

A jornalista Eliane Cantanhêde, colunista do Estado que trabalhou com Rossi, publicou um texto relembrando momentos que passou com o colega. "Um querido amigo, desses que a gente passa anos sem ver e, quando vê, troca aquele abraço demorado, gostoso. Eu o chamava, até em textos, de "grandalhão". Um gigante como jornalista, pessoa e amigo".

Colunista do Estado e editora do BR18, Vera Magalhães afirmou que morreu o jornalista que ela mais admirava. "Meu padrinho no programa de novos jornalistas da Folha. Meu companheiro de feijão nos almoços dos editoriais. RIP Clóvis Rossi, um colosso brasileiro."

A jornalista Miriam Leitão, da GloboNews e colunista do jornal O Globo manifestou em sua conta no Twitter o pesar pela morte de Rossi. "Morreu um dos grandes do jornalismo. Clóvis Rossi é um ícone, de alta competência. Suas análises tinham sempre muita informação porque permaneceu sendo repórter por toda a sua vida. Rossi era mestre e suas lições ficam", escreveu.

O escritor e jornalista Gilberto Dimenstein, que atuou na Folha de S.Paulo por quase 30 anos e foi colega de Rossi, foi outro a tecer elogios ao profissional. "Não conheci um único jornalista que não admirasse Clovis Rossi. Tinha a garra de um foca e sabedoria de um veterano. Com ele, morre não apenas um grande ser humano. Mas um estilo de jornalista."

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