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Moradores da Rocinha convocam reunião sobre abuso de autoridade

A comunidade está ocupada por forças de segurança federais e estaduais desde a última sexta-feira (22), após acirramento do confronto com traficantes

Rocinha: um exemplo da relação tensa entre a polícia e moradores foi a detenção de um jovem de 19 anos (Bruno Kelly/Reuters)
AB

Agência Brasil

Publicado em 25 de setembro de 2017 às 21h38.

Última atualização em 25 de setembro de 2017 às 21h49.

As ações policiais de busca pelo líder do crime na Rocinha , o traficante Rogério 157, têm incomodado moradores, que denunciam excessos durante as revistas, entrada nas casas sem mandado e até arrombamentos de portas.

A comunidade está ocupada por forças de segurança federais e estaduais desde a última sexta-feira (22), após acirramento do confronto entre traficantes pelo controle da favela.

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Para tratar do assunto, a União Pró-Melhoramentos dos Moradores da Rocinha (UPMMR) convocou para a amanhã (26) à tarde uma reunião na quadra esportiva da localidade conhecida como Roupa Suja.

O ofício convocatório foi entregue no começo da noite de hoje (25) ao titular da 11ª Delegacia de Polícia, que abrange a Rocinha, delegado Antônio Ricardo. Segundo um representante da associação, a entidade recebeu apenas hoje denúncias de que 18 casas de moradores foram arrombadas pelas forças de segurança.

O ouvidor da Defensoria Pública do Estado, Pedro Strozenberg, esteve nesta segunda-feira na Rocinha para ouvir moradores.

"As notícias que chegam são sempre alarmantes, relatando certa agressividade das forças policiais nas revistas. O que se nota é uma insegurança, por parte dos moradores, de como serão os próximos dias, qual a estratégia da polícia e quanto tempo as Forças Armadas vão ficar", relatou Strozenberg.

Segundo ele, denúncias podem ser feitas de forma anônima ao telefone 129, da Defensoria Pública, ou pelo e-mail ouvidoria.dpge@gmail.com.

Desacato

Um exemplo da relação tensa entre a polícia e moradores foi a detenção de um jovem de 19 anos, no meio da tarde, acusado de ter desacatado um policial militar.

A mãe do jovem disse que o filho apenas ficou nervoso com a abordagem, o que bastou para o policial levá-lo à força para a 11ª DP.

"Vocês vieram para ajudar a gente, ou para nos destruir? Basta de esculacho [desrespeito]", protestou a mãe, em frente da delegacia. No início da noite, após ser ouvido, o jovem foi liberado.

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