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Montadoras estimam novo recorde de vendas em 2011

Enquanto isso, a projeção para as exportações é de queda de 6,4 por cento em unidades

Crescimento da produção será em ritmo menor devido à queda no volume de exportações (Marco de Bari/Quatro Rodas)
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Da Redação

Publicado em 6 de dezembro de 2010 às 18h54.

São Paulo - As montadoras de veículos do Brasil devem bater um quinto recorde consecutivo de vendas no mercado interno em 2011, mas o crescimento da produção será em ritmo menor devido à queda no volume de exportações.

Segundo projeções da Anfavea, associação das fabricantes de veículos, o crescimento das vendas de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus novos no país em 2011 será de 5,2 por cento, para 3,63 milhões de unidades, após expansão prevista para este ano de 9,8 por cento sobre 2009, para 3,45 milhões.

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Enquanto isso, a projeção para as exportações é de queda de 6,4 por cento em unidades, para 730 mil veículos, após um salto estimado em 64,2 por cento em 2010 sobre o fraco resultado do ano passado.

Em produção, a estimativa é de alta ligeira de 1,1 por cento em 2011, para 3,68 milhões de unidades, após previsão de crescimento de 14,4 por cento em 2010, para 3,64 milhões.

Para a Anfavea, apesar do mercado interno continuar aquecido --diante da forte atividade econômica e oferta abundante de crédito-- as vendas externas sofrem aumento da competitividade de países asiáticos, câmbio desfavorável e o chamado "custo Brasil", que inclui na conta impostos e deficiências logísticas.

Segundo o presidente da Anfavea, Cledorvino Belini, que também preside o grupo Fiat na América Latina, a associação contratou serviços de uma consultoria para elaborar sugestões ao governo da presidente eleita Dilma Rousseff para incentivo ao aumento da competitividade nacional.

A indústria nacional caminha para registrar em 2011 a sexta queda consecutiva nas exportações em unidades e o setor já registra recorde de importações no acumulado de 2010 até novembro: 577,34 mil unidades.

"Assim como o governo agiu rapidamente com medidas para combater os efeitos da crise (em 2008), está na hora de o Brasil estimular as exportações", defendeu Belini. Ele evitou fazer uma projeção precisa sobre as importações de veículos no próximo ano, mas disse que a participação média desses veículos nas vendas do mercado interno poderá subir de cerca de 18,5 por cento em 2010 para entre 20 e 22 por cento.

Em novembro, a participação de importados foi a mais alta desde pelo menos o início de 2008, atingindo 20,2 por cento do total vendido no mercado interno.

Na semana passada, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES) afirmou que o governo atual e a equipe de Dilma estão preparando um conjunto de medidas para melhorar a competitividade do setor industrial brasileiro e frear as importações. O plano, segundo Coutinho, deve ser anunciado entre o final deste ano e início de 2011.

No front interno, o presidente da Anfavea afirmou que o mercado "continuará aquecido" mesmo após a decisão do Banco Central de elevar a taxa de depósitos compulsórios dos bancos na sexta-feira passada. Para o executivo, a medida "não afeta os consumidores diretamente. Não vai afetar em nada o mercado. É uma decisão de curto prazo para conter a inflação (...) Deve impactar pouco na prestação do (financiamento de veículos do) consumidor."


Novembro recorde

Em novembro, as vendas de veículos novos no país tiveram o segundo melhor desempenho da história do setor, ficando atrás apenas do recorde de março. O mês passado também apurou o maior volume de vendas para novembro.

O setor contabilizou licenciamentos de 328,5 mil unidades em novembro, crescimento de 8,3 por cento sobre outubro e de 30,5 por cento sobre um ano antes. No acumulado do ano, as vendas somam 3,13 milhões de unidades, alta de 10 por cento.

Segundo Belini, o desempenho do mês passado foi significativo ainda em virtude da forte base de comparação com novembro de 2009, quando houve expectativa de não renovação de desconto no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para veículos e muitos consumidores correram para se antecipar a um possível aumento de preços.

A produção também foi a maior para um mês de novembro, com altas de 1,6 por cento sobre outubro e de 10,1 por cento na comparação anual, para 321,1 mil unidades. De janeiro a novembro, a indústria produziu 3,36 milhões de unidades, 14,6 por cento acima de um ano antes.

A Fiat seguiu na liderança do segmento de automóveis e comerciais leves no mês passado, com vendas de 70.095 unidades, aumento de 11,4 por cento ante outubro. A Volkswagen vendeu 67.745 unidades, alta de 10,4 por cento sobre o mês anterior. A General Motors aparece em seguida com 59.343 licenciamentos, 6,1 por cento a mais que outubro. A Ford apurou emplacamentos de 31.462 automóveis e comerciais, avanço de 6,7 por cento mês a mês.

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