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Ministro sugere que dinheiro do fundo eleitoral vá para segurança

Jardim defendeu a criação de um sistema único de segurança pública, nos moldes do Sistema Único de Saúde (SUS)

Torquato Jardim: "Se pode fazer um fundo eleitoral de R$ 3,6 bilhões, pode fazer um de segurança pública de R$ 3,6 bilhões" (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 30 de agosto de 2017 às 22h11.

Rio - O ministro da Justiça, Torquato Jardim, criticou nesta quarta-feira, 30, a criação de um fundo público de R$ 3,6 bilhões para bancar as campanhas eleitorais de 2018, apresentada no Legislativo, e sugeriu que esse dinheiro seja investido em segurança pública.

"Se pode fazer um fundo eleitoral de R$ 3,6 bilhões, pode fazer um de segurança pública de R$ 3,6 bilhões. Ou então vamos rachar isso ao meio", afirmou o ministro, durante evento promovido pelos jornais O Globo e Extra.

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A Câmara dos Deputados discute a criação do fundo para bancar as campanhas eleitorais. Na quarta-feira, 23, os parlamentares retiraram do texto do projeto a previsão de que ele seria composto por 0,5% da receita corrente líquida do governo federal. Esse valor, correspondente a R$ 3,6 bilhões, foi considerado muito alto, era alvo de críticas de diversos setores da sociedade.

Jardim defendeu a criação de um sistema único de segurança pública, nos moldes do Sistema Único de Saúde (SUS), e afirmou que a Força Nacional de Segurança Pública precisa sofrer mudanças em sua organização.

"Ela não pode ser formada por voluntários, como acontece hoje, em que eles não têm gratificação. Recebem diárias, e há uma diferença brutal entre os Estados", afirmou.

Criada pelo governo federal em 2004, a Força Nacional é composta por voluntários das Polícias Militares estaduais. Eles são pagos com diárias referentes apenas aos dias em que trabalharam. O valor é conforme o local da missão. Varia de pouco menos de R$ 180 a quase R$ 225.

Durante o evento, um debate sobre segurança durante o seminário "Reage, Rio!",o ministro defendeu a operação especial de segurança realizada no Rio de Janeiro desde julho, com a participação das Forças Armadas, da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal, além das polícias Civil e Militar.

Segundo o ministro, de 10 de julho a 27 de agosto houve 2.706 prisões em flagrante ou de foragidos nas rodovias de acesso ao Estado do Rio. Foram apreendidas 6,6 toneladas de maconha e 1,5 tonelada de cocaína e crack, além de 179 armas. Foram recuperados 490 veículos que haviam sido roubados.

O ministro disse que não faltarão verbas para a operação, chamada Rio Quer Segurança e Paz e prevista para ocorrer até o fim do ano, com extensão já anunciada até dezembro de 2018. Segundo ele, estão reservados mensalmente R$ 40 milhões para a Polícia Rodoviária Federal e R$ 70 milhões para a Polícia Federal.

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