Waldir Maranhão: todas as atividades vão gerar custos para a Câmara, mas os valores que serão gastos não foram informados (Geraldo Magela/Agência Senado)
Da Redação
Publicado em 16 de maio de 2016 às 20h33.
Brasília - Em apenas um dia de despachos, o presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), autorizou viagens de 17 deputados para fora do País.
As cinco "missões oficiais" são em eventos na Suíça, Bélgica, Estados Unidos e Portugal, entre maio e junho. Todas as atividades vão gerar custos para a Câmara, mas os valores que serão gastos não foram informados.
O evento com o maior número de representantes da Câmara é a 69ª Assembleia Mundial da Organização Mundial da Saúde, promovido pela União Interparlamentar, entre os dias 23 e 28 deste mês em Genebra.
A lista dos parlamentares autorizados a viajar inclui, em sua maioria, parlamentares do partido de Maranhão: Arthur Lira (PP-AL), Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), Guilherme Mussi (PP-SP), Iracema Portella (PP-PI), Hugo Motta (PMDB-PB), Cláudio Cajado (DEM-BA), e o deputado licenciado Maurício Quintella Lessa (PR-AL), recém-nomeado ministro dos Transportes, mas que ainda não cancelou sua participação. Os deputados Kaio Maniçoba (PMDB-PE) e Marcos Montes (PSD-MG) desistiram da viagem.
Além da viagem a Genebra, Maranhão também liberou na quarta-feira passada, 11, outras missões oficiais propostas pela Secretaria de Relações Internacionais da Casa.
Entre os dias 15 e 16 de junho, os deputados Eduardo Barbosa (PSDB-MG), Gilberto Nascimento (PSC-SP), Victor Mendes (PSD-MA) e Pedro Fernandes (PTB-MA) estarão em Bruxelas visitando o Parlamento europeu.
Maranhão autorizou duas missões oficiais aos Estados Unidos. No evento de apenas dois dias da Lide Business Meeting - Brazilian American Chamber of Commerce, em Nova York, o deputado Thiago Peixoto (PSD-GO) está representando a Câmara, que vai arcar com as diárias de seis dias.
O parlamentar vai aos eventos de hoje (em homenagem ao ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga) e de quarta-feira, 18, com os governadores Pedro Taques (MT) e Marconi Perillo (GO). Neste evento da Lide, a Câmara não pagou a passagem aérea, mas a hospedagem entre os dias 14 e 19.
Para a reunião do Banco Mundial, em Washington, sobre a implementação de novas políticas de salvaguarda na condição de trabalho, entre 23 e 24 deste mês, foi liberado do deputado Bebeto (PSB-BA).
Para Lisboa, foram autorizados a cumprir agenda nas reuniões de comissões permanentes da Assembleia Parlamentar Euro-latino-americana, entre esta segunda-feira, 16, e quarta-feira, 18, os deputados Heráclito Fortes (PSB-PI), Arlindo Chinaglia (PT-SP), Hiran Gonçalves (PP-RR) e Arthur Maia (PPS-BA).
"Baderna"
Nas missões oficiais, a Casa custeia, em geral, a passagem aérea em classe econômica e hospedagem.
Segundo deputados, durante a gestão Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente afastado do cargo e do mandato, a liberação de viagens internacionais costumava ser mais criteriosa. "Vai virar uma baderna (agora)", concluiu um parlamentar.
Embora fosse mais duro em liberar o passeio dos pares, Cunha não fez questão de economizar em sua viagem a Israel, territórios palestinos e Rússia, em junho do ano passado.
Com uma comitiva de 13 deputados, esposas e uma "delegação acompanhante", o peemedebista gastou R$ 395 mil (com pagamento de passagens aéreas, taxas de embarque, diárias para hospedagem e alimentação) em um "tour" de nove dias.
Procurada para explicar a liberação das missões oficiais, a assessoria de imprensa da Presidência da Câmara não se manifestou.
O deputado Átila Lins (PSD-AM), responsável pela área de relações internacionais da Casa, não foi localizado.