Major Olímpio diz respeitar oposição, mas não "pseudoaliados" de Bolsonaro
O líder do PSL no Senado afirmou que fica indignado com os aliados de ocasião que dão apunhaladas nas costas de Bolsonaro
Estadão Conteúdo
Publicado em 21 de maio de 2019 às 14h12.
Última atualização em 21 de maio de 2019 às 14h28.
Brasília — O líder do PSL no Senado, Major Olímpio (SP), disse nesta terça-feira, 21, que as manifestações a favor de Jair Bolsonaro marcadas para o próximo domingo (26) também servirão para chamar a atenção da sociedade para a atuação de parlamentares que se diziam apoiadores do governo, mas que estariam atuando sistematicamente contra as propostas governistas no Congresso Nacional.
"Pedimos que a população acompanhe como votam e como se posicionam cada um dos parlamentares. Eu respeito a oposição, legítima e democrática, que tem feito um trabalho muito respeitoso com o governo. O que me deixa indignado é o presidente Bolsonaro tomar uma apunhalada nas costas por dia de pseudoaliados ou aliados de ocasião", desabafou, após reunião com o ministro da Economia, Paulo Guedes .
Sem citar nomes, o senador criticou parlamentares de DEM, PR, PP e outros partidos que teriam declarado apoio a Bolsonaro nas eleições do ano passado, mas que agora estariam dificultando o avanço dos projetos do governo no parlamento.
"Cada matéria tem um debate e um resultado diferente. Não dá para enquadrar os partidos, tem que ser por convencimento. Vamos ganhar em umas matérias e perder em outras, mas levar essas apunhaladas é muito duro", completou.
Major Olímpio admitiu que as manifestações de domingo já contam com pautas que não eram as originais da mobilização proposta por ele e pelo movimento "Avança Brasil". "A manifestação ganhou outras conotações, até mesmo de censura de partidos políticos, mas esse não é o nosso objetivo. É uma manifestação pró-Bolsonaro, contra a corrupção, pela diminuição do Estado e em apoio ao pacote anticrime do governo", destacou.
Questionado sobre se o ataque a parlamentares no domingo pode tensionar ainda mais a relação entre o Executivo e o Legislativo, o senador criticou a articulação política do próprio governo. "Não faço censura a partidos, mas a pessoas. Doeu ver parlamentares do DEM encabeçarem a tentativa de retirar o Coaf do Ministério da Justiça, enquanto o ministro que comanda a articulação política é do mesmo partido", afirmou, em referência ao ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.
Segundo o senador, o PSL fará uma reunião ainda nesta terça para decidir se apoiará formalmente as manifestações de domingo. "Há segmentos do PSL que não querem participar e respeitamos isso. Mas eu estarei domingo na Avenida Paulista", concluiu.