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Mais uma decisão da Justiça barra nomeação de Moreira Franco

Para o magistrado, houve "desvio de finalidade atentatório aos princípios da administração pública" na nomeação para a Secretaria-Geral

Moreira Franco: segundo o juiz, o ministro foi empossado após ter sido citado em uma das delações premiadas da empreiteira Odebrecht (Antônio Cruz/AGÊNCIA BRASIL/Agência Brasil)

Moreira Franco: segundo o juiz, o ministro foi empossado após ter sido citado em uma das delações premiadas da empreiteira Odebrecht (Antônio Cruz/AGÊNCIA BRASIL/Agência Brasil)

AB

Agência Brasil

Publicado em 9 de fevereiro de 2017 às 21h48.

Última atualização em 9 de fevereiro de 2017 às 22h14.

Uma nova decisão, dessa vez da Justiça Federal no Amapá, barrou na noite de hoje (8) a nomeação do ministro Moreira Franco para a Secretaria-Geral da Presidência. A decisão foi proferida pelo juiz federal Anselmo Gonçalves, da 1ª Vara Federal de Macapá.

O juiz aceitou pedido do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). Para o magistrado, houve "desvio de finalidade atentatório aos princípios da administração pública" na nomeação de Moreira Franco, ocorrida na semana passada.

Segundo o juiz, o ministro foi empossado após ter sido citado em uma das delações premiadas da empreiteira Odebrecht nas investigações da Operação Lava Jato.

"A nomeação aqui combatida realmente tem por objetivo blindar o senhor Moreira Franco contra eventual decreto de prisão por parte de juízes de primeiro grau de jurisdição, o que revela nítido desvio de finalidade atentatório aos princípios da administração pública, podendo e devendo ser reprimido no âmbito judicial", escreveu o juiz federal.

Antes da decisão do Amapá, outras já tinham suspendido a posse de Moreira Franco.

Na manhã de hoje, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região, sediado em Brasília, derrubou decisão proferida pela primeira instância que havia anulado a nomeação. Horas depois, uma nova decisão, proferida pela Justiça do Rio, voltou a cancelar a posse.

A guerra de liminares só deve após decisão do ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), que é relator de dois mandados de segurança nos quais a Rede e o PSOL questionam o ato de nomeação de Moreira Franco. A decisão de Mello deve ser tomada até amanhã (10).

Legalidade

A validade da nomeação de Moreira Franco é defendida pela Advocacia-Geral da União (AGU), que contesta o principal argumento dos autores das ações.

Todos alegam que a situação de Moreira Franco se assemelha ao caso da nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a Casa Civil pela então presidenta Dilma Rousseff, no ano passado.

Na ocasião, o ministro do STF Gilmar Mendes suspendeu a nomeação de Lula por entender que a medida foi tomada para conceder foro privilegiado ao ex-presidente e evitar que ele fosse julgado pelo juiz federal Sérgio Moro nas ações da Lava Jato.

Para a AGU, as situações são distintas, porque Moreira Franco, diferentemente do ex-presidente, já exercia funções no atual governo, como secretário do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), criado em setembro de 2016.

Segundo a AGU, a transformação do cargo teve como objetivo fortalecer o programa governamental.

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