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Mais de 32 mil presos foram soltos por conta da pandemia de coronavírus

O número representa 4,8% do total de presos no país, excluídos quem está em regime aberto e em cadeias nas delegacias

Prisões: houve um aumento de 800% nas taxas de contaminação nos presídios desde maio (Francois ANCELLET/Getty Images)
AO

Agência O Globo

Publicado em 12 de junho de 2020 às 21h15.

Levantamento do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) revela que ao menos 32,5 mil presos foram libertados nos últimos três meses como medida de redução do contágio pelo coronavírus . O número representa 4,8% do total de presos no país, excluídos quem está em regime aberto e em cadeias nas delegacias.

Os detentos deixaram o sistema prisional para ficar em prisão domiciliar, ou sob monitoramento eletrônico. O CNJ ressaltou que, em todo o mundo, cerca de 5% dos detentos deixaram as prisões em razão da pandemia.

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As medidas foram determinadas com base na Recomendação 62, de março, que incentiva os juízes a reverem caso a caso a prisão de pessoas inseridas em grupos de risco e em final de pena, que não tenham cometido crimes violentos ou com grave ameaça, como latrocínio, homicídio e estupro.

Para obter o benefício, o preso também não pode pertencer a organizações criminosas. Segundo o CNJ, ao menos 24 unidades da federação usaram a recomendação para libertar presos. Como nem todos os estados disponibilizaram dados de detentos libertados, o número de beneficiados com a medida pode ser ainda maior.

Nesta sexta-feira, o plenário do CNJ aprovou a renovação do prazo de vigência da Recomendação 62, com medidas para evitar contaminações em massa da Covid-19 no sistema prisional e socioeducativo.

O prazo foi ampliado por mais 90 dias. De acordo com dados levantados nas unidades da federação, houve um aumento de 800% nas taxas de contaminação nos presídios desde maio, chegando a mais de 2,2 mil casos nesta semana.

Com a renovação do prazo da Recomendação 62, o CNJ lançará nos próximos dias uma página na internet com informações atualizadas periodicamente sobre presos beneficiados com a norma. Entre os dados que serão disponibilizados, estão o número de contaminações de pessoas privadas de liberdade e servidores.

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