Brasil

Lula "insulta a inteligência do povo", afirma Ciro Gomes

Segundo o pedetista, a narrativa de Lula de "perseguição política" fez com que a população perdesse a confiança nos partidos de esquerda

Ciro Gomes: o ex-ministro reafirmou sua intenção em concorrer às eleições presidenciais (Marcello Casal Jr./AGÊNCIA BRASIL/Agência Brasil)

Ciro Gomes: o ex-ministro reafirmou sua intenção em concorrer às eleições presidenciais (Marcello Casal Jr./AGÊNCIA BRASIL/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 15 de setembro de 2017 às 08h19.

Última atualização em 15 de setembro de 2017 às 08h21.

Rio - Ministro durante o governo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e atual pré-candidato à Presidência da República em 2018 pelo PDT, Ciro Gomes fez nesta quinta-feira, 14, duras críticas ao seu antigo aliado.

"Não é possível insultar a inteligência do povo brasileiro e manter essa mesma narrativa (de perseguição política)".

Segundo ele, a narrativa de Lula fez com que a população perdesse a confiança nos partidos de esquerda. "Eu não falo isso sem dor no coração", lamentou.

Ciro lembrou que o ex-presidente passa por um período de dificuldades e que não pretende tomar a iniciativa de agravar ainda mais a situação.

Porém, deixou claro que o posicionamento do Partido dos Trabalhadores de apoiar a candidatura de Eunício Oliveira (PMDB-CE) para a presidência do Senado enfraquece os argumento de que houve um golpe de Estado no País, que culminou no impeachment da ex-presidente da República Dilma Rousseff.

O senador cearense foi um parlamentares que votaram a favor do impeachment.

"Nós estamos ferindo de morte a narrativa central de que ainda dava a nós alguma respeitabilidade na opinião pública progressista brasileira, que é a ideia de que o Brasil está sob um golpe de Estado. Como é que eu posso então assistir na semana passada o Lula abraçado com (ex-presidente do Senado) Renan Calheiros (PMDB-AL), que era senador e votou pelo impeachment?", afirmou o pedetista, que participou nesta quinta-feira, 14, de um evento no Rio.

Ciro Gomes também criticou a postura do PT na eleição para governador do Amazonas, quando apoiou a candidatura do senador Eduardo Braga, do PMDB.

Ciro tem se colocado como pré-candidato à presidência em 2018. Em entrevistas recentes, afirmou que só se candidataria se Lula não estivesse na disputa.

Nesta quinta, Ciro reafirmou sua intenção em concorrer e disse acreditar que a presença do ex-presidente comprometeria o debate político.

Para Ciro Gomes, o Brasil precisa passar um amplo debate da atual crise política para que se possa construir novos caminhos e superá-la.

A entrada de Lula na disputa, acredita, tornaria o debate "passional". "O ambiente de ódios e paixões tira qualquer chance de o País ter um minuto de discussão sóbria do seu futuro", afirmou.

Sobre a nova denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB) encaminhada nesta quinta-feira, 14, pela Procuradoria Geral da República, o pedetista disse acreditar que ela terá o mesmo resultado da primeira: a Câmara não vai autorizar a abertura do processo.

"Nós estamos com um problema grave, de que a maioria orgânica da Câmara brasileira é parte da quadrilha, um conjunto ramificado e quadrilheiro", afirmou.

O pedetista acredita que a repulsa popular a essas práticas já está diminuindo o apoio a Temer. "(Os deputados) vão cobrar (pelo apoio) vai ser outra rodada pesada e eles (o governo) vão bancar". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:Ciro GomesLuiz Inácio Lula da SilvaOperação Lava JatoPolítica no BrasilPolíticos brasileirosPT – Partido dos Trabalhadores

Mais de Brasil

Governo sanciona lei que prevê plano de combate à violência contra mulher

PL do aborto: Conselho Federal da OAB aprova parecer que avalia texto como inconstitucional

Em SP, operação da Polícia Civil despeja projeto social na Cracolândia

PF recupera gravuras raras roubadas há 16 anos da Biblioteca Mário de Andrade, em SP

Mais na Exame