PT deve ler carta de Lula nesta segunda e oficializar Haddad na terça
O ex-presidente Lula escreveu uma carta para os militantes do partido, mas a candidatura de Fernando Haddad só deve ser confirmada amanhã em Curitiba
Estadão Conteúdo
Publicado em 10 de setembro de 2018 às 16h32.
Última atualização em 10 de setembro de 2018 às 16h34.
São Paulo e genebra - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva escreveu uma carta para ser lida a militantes petistas nesta segunda-feira, 10, em São Paulo. O ex-presidente não anunciará, no momento, nenhuma decisão sobre a candidatura do PT ao Planalto.
A confirmação de Fernando Haddad como o candidato da legenda deve ser feita amanhã, 11, em Curitiba. O único cenário que poderia adiar a troca é o partido conseguir autorização do Supremo Tribunal Federal (STF) para estender o prazo até dia 17, cenário considerado remoto para líderes do partido.
Na capital paulista, o PT realiza nesta segunda um ato da campanha de Luiz Marinho ao governo do Estado no Teatro Tuca. Com presença prevista inicialmente, Fernando Haddad deve cancelar seu retorno a São Paulo e continuar na capital paranaense, onde se reúne com Lula ao longo do dia de hoje.
O núcleo da campanha do PT à Presidência não espera sucesso nos recursos que o ex-presidente está colocando no Supremo para ser candidato ao Planalto. Mesmo com uma nova recomendação do Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) dizendo que o Brasil tem o dever de garantir os direitos políticos do ex-presidente, as derrotas judiciais já estão "precificadas", nas palavras de um dos coordenadores da campanha.
A decisão sobre como a legenda vai operacionalizar a substituição será tomada por Lula, que está preso em Curitiba e se reúne com Fernando Haddad e seus advogados ao longo do dia de hoje.
Comitê da ONU
Nesta segunda-feira, 10, o Comitê de Direitos Humanos da ONU enviou um novo comunicado apontando que o Brasil tem o dever de cumprir sua determinação de garantir os direitos políticos do ex-presidente Lula. O comunicado é assinado por Sarah Cleveland e Olivier de Frouville, peritos do órgão.
O governo brasileiro deixou claro, desde o início, que considerava a decisão do Comitê como sendo apenas uma recomendação, sem poder vinculante.
Uma vez mais, porém, o órgão formado por 18 peritos independentes não entrou no mérito do caso do ex-presidente e não determinou se ele é inocente ou culpado. Isso, de acordo com a entidade, apenas entrará na pauta em 2019. Mas deixou claro que o pedido para que medidas cautelares sejam adotadas permanece válido até que o caso seja concluído.
Em meados de agosto, o Comitê de Direitos Humanos da ONU havia concedido medidas cautelares e solicitado às autoridades brasileiras que mantivessem os direitos políticos de Lula até que seu caso fosse avaliado pelo Supremo Tribunal Federal. O órgão formado por 18 peritos independentes, porém, não atendeu ao pedido para que o ex-presidente fosse solto.