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Lula amplia lista de ex-governadores no Ministério para acelerar gestão

Já foram anunciado Flávio Dino na Justiça e Segurança Pública e Rui Costa na Casa Civil; mais dois ex-governadores também são cotados pata cargos

Governo Lula: Além dos possíveis futuros ministros, o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin tem experiência de quatro mandatos como governador de São Paulo (EVARISTO SA/AFP/Getty Images)
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Agência O Globo

Publicado em 20 de dezembro de 2022 às 06h43.

Última atualização em 20 de dezembro de 2022 às 06h55.

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva quer reforçar o seu Ministério com a presença de ex-governadores. Dois deles já foram escalados: Flávio Dino (PSB-MA) na Justiça e Segurança Pública e Rui Costa (PT-BA) na Casa Civil. No círculo do líder petista são consideradas certas também as entradas no governo de Renan Filho (MDB-AL) e Wellington Dias (PT-PI).

Em conversas internas, Lula tem afirmado que terá apenas quatro anos de mandato (já que não pretende disputar a reeleição) e que precisará de gestores experientes que possam tirar rapidamente projetos do papel.

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A escalação de mais dois ex-governadores significará uma mudança na posição que o presidente eleito havia assumido logo após vencer a disputa no segundo turno contra Jair Bolsonaro (PL). Lula não queria nomear senadores eleitos — caso de Dino, Renan Filho e Wellington Dias — para o Ministério para não desfalcar a bancada na Casa.

Além dos possíveis futuros ministros, o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin tem experiência de quatro mandatos como governador de São Paulo. Lula tem afirmado que ele não terá papel decorativo e participará das principais decisões de sua gestão.

Governador de Alagoas até março deste ano, Renan Filho foi sondado pelo futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que gostaria de vê-lo no Ministério do Planejamento. De acordo um aliado de Lula, porém, essa possibilidade é remota.

A tendência é que o filho de Renan Calheiros seja escalado para uma das pastas pretendidas por seu partido, o MDB, como Cidades. A nomeação do ex-governador de Alagoas para o Planejamento poderia causar problemas também com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), seu adversário político.

Com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de derrubar o orçamento secreto, Lira perde parte do poder que tem para definir o direcionamento de verbas. E cabe justamente ao Ministério do Planejamento elaborar a peça orçamentária. Ou seja, o presidente da Câmara veria o seu principal adversário ganhar voz no direcionamento de verbas.

Já Wellington Dias, ex-governador do Piauí, passou a ser o favorito para o Ministério do Desenvolvimento Social diante da pressão do PT para que a pasta responsável pelo Bolsa Família fique sob comando do partido. A senadora Simone Tebet (MDB-MS), terceira colocada na eleição presidencial e cabo eleitoral de Lula no segundo turno, almeja o posto.

A avaliação no entorno do presidente eleito hoje, porém, é que a emedebista não será contemplada. Como mostrou O GLOBO, Tebet disse a aliados que se não for escolhida para o Desenvolvimento Social não aceitará outro ministério. Lideranças petistas sabem que haverá uma crise caso a senadora do MDB fique fora do primeiro escalão do governo.

Definidos os espaços de ex-governadores, Lula terá que correr contra o tempo para equacionar todos os interesses que ainda precisa atender na formação da Esplanada. De acordo com interlocutores, a indefinição do núcleo duro do governo tem atrasado a escolha para as demais pastas.

Outra expectativa é para o cargo que terá Marina Silva (Rede), aliada do presidente eleito, e que mira o Ministério do Meio Ambiente.

Escolhas emperradas

Lula precisa ainda administrar a cobiça de partidos que ainda não definiram apoio a ele no Congresso, como o União Brasil. A fatura cobrada pelo União, uma das siglas que compõem o Centrão, não deve sair barata. A legenda está de olho em pastas de peso estratégico como Transportes e Integração Nacional.

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