Lojistas pedem reunião com governo para discutir rolezinhos
Os encontros, que chegam a reunir centenas de pessoas, começaram a ser marcados em centros comerciais por jovens da periferia paulistana no final de 2013
Da Redação
Publicado em 20 de janeiro de 2014 às 20h27.
São Paulo – A Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop) enviou um ofício à Presidência da República solicitando uma reunião com os órgãos competentes para falar sobre os rolezinhos .
Os encontros, que chegam a reunir centenas de pessoas, começaram a ser marcados em centros comerciais por jovens da periferia paulistana no final de 2013.
Os eventos têm sido reprimidos pela polícia e proibidos por decisões judiciais em favor dos shoppings. Muitos centros comerciais têm preferido fechar as portas para evitar os encontros.
Hoje (20), o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Fernando Grella, descartou a necessidade de intervenção federal para conter os rolezinhos nos shoppings da capital paulista, como sugeriu a Alshop. “Em termos de segurança pública, [a intervenção] não é necessária”.
Para Grella, os encontros não justificam nenhum tipo de ação policial preventiva, como triagem na entrada dos estabelecimentos. “A polícia acompanha os movimentos e só faz intervenção quando há atos de vandalismo”, disse.
Na opinião do professor de antropologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Alexandre Barbosa Pereira, as declarações do secretário denotam uma mudança de postura do governo em relação aos rolezinhos. “Parece-me que isso muda um pouco o tom inicial sobre o evento, que era desclassificar logo de cara e estigmatizar como arrastão, como algo criminoso”, disse.
Para o professor, as reações aos rolezinhos evidenciam um desconforto das parcelas mais ricas da população com a melhora do poder aquisitivo de outras camadas. “Você tem segmentos da classe média que ficam meio abalados quando veem outra classe social frequentando espaços que antes eram espaços de distinção deles”, disse.
Pereira acredita que o rolezinho, um evento que os jovens organizaram como forma de diversão, acabou evidenciando as contradições do Brasil. “Um exemplo como esse revela todas as questões de conflito do nosso país. Questão de classe, cor e raça, geracional”, disse.
Ele atribui a repercussão crescente dos eventos à repressão policial contra os rolezinhos e às decisões judiciais proibindo os encontros. “Eu acho que a reação desproporcional que teve da polícia, de segmentos da Justiça, que criminalizaram como arrastão, deu a história do rolezinho uma reflexão muito grande”.
São Paulo – A Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop) enviou um ofício à Presidência da República solicitando uma reunião com os órgãos competentes para falar sobre os rolezinhos .
Os encontros, que chegam a reunir centenas de pessoas, começaram a ser marcados em centros comerciais por jovens da periferia paulistana no final de 2013.
Os eventos têm sido reprimidos pela polícia e proibidos por decisões judiciais em favor dos shoppings. Muitos centros comerciais têm preferido fechar as portas para evitar os encontros.
Hoje (20), o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Fernando Grella, descartou a necessidade de intervenção federal para conter os rolezinhos nos shoppings da capital paulista, como sugeriu a Alshop. “Em termos de segurança pública, [a intervenção] não é necessária”.
Para Grella, os encontros não justificam nenhum tipo de ação policial preventiva, como triagem na entrada dos estabelecimentos. “A polícia acompanha os movimentos e só faz intervenção quando há atos de vandalismo”, disse.
Na opinião do professor de antropologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Alexandre Barbosa Pereira, as declarações do secretário denotam uma mudança de postura do governo em relação aos rolezinhos. “Parece-me que isso muda um pouco o tom inicial sobre o evento, que era desclassificar logo de cara e estigmatizar como arrastão, como algo criminoso”, disse.
Para o professor, as reações aos rolezinhos evidenciam um desconforto das parcelas mais ricas da população com a melhora do poder aquisitivo de outras camadas. “Você tem segmentos da classe média que ficam meio abalados quando veem outra classe social frequentando espaços que antes eram espaços de distinção deles”, disse.
Pereira acredita que o rolezinho, um evento que os jovens organizaram como forma de diversão, acabou evidenciando as contradições do Brasil. “Um exemplo como esse revela todas as questões de conflito do nosso país. Questão de classe, cor e raça, geracional”, disse.
Ele atribui a repercussão crescente dos eventos à repressão policial contra os rolezinhos e às decisões judiciais proibindo os encontros. “Eu acho que a reação desproporcional que teve da polícia, de segmentos da Justiça, que criminalizaram como arrastão, deu a história do rolezinho uma reflexão muito grande”.