Justiça condena envolvidos em esquema de troca de malas de brasileiras no Aeroporto de Guarulhos
Inocentes, Kátyna Baía e Jeanne Paolini ficaram mais de um mês presas em Frankfurt sob a suspeita de tráfico de drogas
Agência de notícias
Publicado em 17 de agosto de 2024 às 09h16.
Última atualização em 17 de agosto de 2024 às 09h17.
A Justiça Federal de São Paulo condenou os envolvidos em um esquema de tráfico de drogas no Aeroporto de Guarulhos. Os seis criminosos trocavam as bagagens de passageiros que embarcavam para o exterior, com malas com drogas. Duas vítimas da organização criminosa, Kátyna Baía e Jeanne Paolini, ficaram presas por mais de um mês em Frankfurt, na Alemanha, em 2023. O grupo foi condenado pela 6ª Vara Federal de Guarulhos no dia 8 de agosto.
As penas variam entre 7 a 39 anos de prisão em regime fechado. Gleison Rodrigues dos Santos, o Vovô, é apontado como uma das lideranças do grupo e pegou a pena mais elevada. Ele também teria participado do envio de cocaína para Portugal e França. Foram também condenados Fernando Reis de Araújo, Matheus Luis Melo da Silva, Charles Couto do Santos, Eubert Costa Ferreira Nunes, ) Carolina Helena Pennacchiotti.
O processo na Alemanha contra Kátyna Baía e Jeanne Paolini só foi encerrado em dezembro do ano passado, cerca de oito meses após o casal ser solto em Frankfurt. Segundo o juiz do caso, o crime cometido pelo grupo provocou "graves consequências" para a dupla.
A denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal também apontou o envolvimento dos criminosos com o Primeiro Comando da Capital (PCC). Segundo o processo, Fernando Reis de Araújo, o Brutus, aparece em reuniões com membros da facção paulista em dois áudios obtidos pela investigação. Em um deles, ele pretendia cobrar uma dívida de R$ 500 mil de um fornecedor.
Relembre o caso
As brasileiras foram detidas no aeroporto de Frankfurt em março de 2023. Um carregamento de cocaína havia sido encontrado em bagagens que estavam com etiquetas correspondentes às do casal. Ao serem abordadas, as brasileiras disseram não saber a origem da droga e alegaram que as bagagens não eram delas. Segundo a Polícia Federal brasileira, “há uma série de evidências que levam a crer, de fato, que não há envolvimento delas com o transporte da droga, pois não correspondem ao padrão usual das chamadas ‘mulas do tráfico’”.
Durante a investigação, os agentes identificaram o grupo que enviou 40 quilos de cocaína para a Alemanha por meio da troca de bagagens de passageiros. A ação do bando consiste em retirar a etiqueta da bagagem despachada e colocar em outra, que está com as drogas. Seis pessoas foram presas por suspeita de envolvimento.
Na penitenciária JVA Frankfurt III, Kátyna passou por momentos de dor no corpo e ansiedade por ficar sem os remédios que tomava. O medicamento, segundo a advogada Luna Provázio, ficaram na bagagem de mão da mulher.
As duas também descreveram as celas como "muito pequenas", sendo todas individuais, e só conseguiam falar com as famílias raramente. De Goiânia, a personal trainer e a veterinária são um casal há 17 anos e pretendiam viajar por diferentes países europeus quando tudo aconteceu.