A tendência é de que a maioria do colegiado siga o mesmo intendimento e vote pela condenação de Bolsonaro (Paul Hennessy/Anadolu Agency/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 28 de junho de 2023 às 12h26.
A terceira sessão do julgamento de Jair Bolsonaro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) está prevista para acontecer nesta quinta-feira, a partir das 9h. Até o momento, apenas o relator da ação, o corregedor-geral da Justiça Eleitoral Benedito Gonçalves, proferiu seu voto e defendeu a inelegibilidade do ex-presidente por abuso de poder político e dos meios de comunicação. A tendência é de que a maioria do colegiado siga o mesmo intendimento e vote pela condenação de Bolsonaro, que pode perder os direitos políticos até 2030.
Há ainda a possibilidade de um pedido de vista por parte de um dos ministros. Nesse cenário, o integrante do TSE poderá ficar com o processo por até 30 dias, prorrogáveis por mais 30 dias, prazo em que a ação volta automaticamente para julgamento. A chance de que algum magistrado apresente o pedido, no entanto, está parcialmente descartada.
Até o momento, o placar está 1x0, com um voto desfavorável para o ex-presidente. Faltam ainda votar os ministros Raul Araújo, Floriano de Azevedo Marques, André Ramos Tavares, a vice-presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia, o ministro Nunes Marques e, por último, o presidente da Corte, ministro Alexandre de Moraes.
Há uma expectativa para que a maioria do colegiado vote pela condenação de Jair Bolsonao. Na terça-feira, até mesmo o ex-presidente admitiu que a tendência é se tornar inelegível. Em entrevista ao jornal "Folha de S. Paulo", Bolsonaro diz nunca ter atacado o sistema de votação do país. Segundo ele, adversários querem puni-lo "pelo conjunto da obra".
— A tendência, o que todo o mundo diz, é que eu vou me tornar inelegível. Eu não vou me desesperar. O que que eu posso fazer? Eu sou imbrochável até que se prove o contrário. Vou continuar fazendo a minha parte — disse.
A sessão poderá ser acompanhada pelo canal do YouTube do TSE, que fará transmissão ao vivo, ou pela TV Justiça, disponível no canal 9 da televisão.
A Corte analisa ação movida pelo PDT no ano passado, em que o partido acusa o ex-presidente de ter cometido abuso de poder político e dos meios de comunicação em reunião com embaixadores. A poucos meses das eleições em que concorria à reeleição, Bolsonaro divulgou informações falsas sobre o processo eleitoral brasileiro a embaixadores em encontro transmitido pela TV Brasil.
Se ficar inelegível, o ex-presidente poderá apresentar embargos de declaração dentro da própria Corte Eleitoral. Bolsonaro também poderia recorrer acionando o Supremo Tribunal Federal (STF).