Nelma Kodama: doleira postou fotos com tornozeleira eletrônica (Célio Azevedo/VEJA)
Estadão Conteúdo
Publicado em 8 de agosto de 2019 às 21h28.
Última atualização em 8 de agosto de 2019 às 21h31.
O juiz da Vara de Execuções Penais de Curitiba, Danilo Pereira Júnior, repreendeu a doleira Nelma Kodama, por publicar vídeo em que retira sua tornozeleira eletrônica no Instagram. Ela teve a pena de 15 anos de prisão decretada na Operação Lava Jato extinta, graças ao indulto natalino concedido no final de 2017 pelo ex-presidente Michel Temer.
Nelma tem publicado fotos de sua tornozeleira na rede social. Em uma delas, veste um vestido vermelho, e está na ponta dos pés - ao lado, um sapado Chanel.
Ela também publicou foto da retirada do equipamento. Seus amigos e seguidores comentaram. "Amém senhor", disse um deles. "Eita: agora ninguém segura", prevê outro.
Após a publicação, o magistrado da 12.ª Vara Federal do Paraná afirmou que, com "a divulgação de vídeo retratando o rompimento do lacre da tornozeleira eletrônica, Nelma presta um desserviço à sociedade brasileira".
"A atitude, longe de perpassar pela liberdade de expressão, a todos assegurada constitucionalmente, configura inegável comportamento antiético e ofensivo à dignidade de justiça", anotou.
Segundo ele, "cabe lembrar que, embora extinta a sua pena privativa liberdade, a executada permanece vinculada aos termos do seu acordo de colaboração premiada, sendo imprescindível que mantenha conduta compatível com seu status de colaboradora".
A doleira foi presa no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos/Cumbica, na madrugada de 15 de março de 2014, quando tentava embarcar para Milão com 200 mil euros escondidos na calcinha.