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Insegurança nem sempre reflete os índices de criminalidade

Pesquisa do Ipea mostrou que confiança da população na polícia ainda é baixa no Rio de Janeiro e em São Paulo, apesar dos estados terem diminuído a violência

"No Sudeste, as pessoas não confiam mais nas suas polícias”, considera analista do Ipea (AGÊNCIA BRASIL)
DR

Da Redação

Publicado em 30 de março de 2011 às 19h32.

Brasília - A redução das taxas de criminalidade nem sempre é o bastante para que os cidadãos se sintam mais seguros. É o que aponta um estudo feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) sobre como a população brasileira percebe a violência. Segundo a pesquisa, a sensação de insegurança e a desconfiança em relação às forças policiais tendem a ser maiores entre as pessoas com maior nível de instrução e, também, entre os mais jovens.

Ao apresentar os resultados da pesquisa, o técnico de Planejamento e Pesquisa do Ipea Almir de Oliveira Júnior destacou algumas contradições que chamam a atenção quando os resultados obtidos nas diferentes regiões brasileiras são comparados. Como exemplo, ele cita que, diferentemente do que muitos acreditam, a Região Sudeste não é a mais violenta do país.

Embora a Região Sudeste seja, hoje, a que registra o menor índice de homicídios dolosos do país (taxa de 16,43 ocorrências por grupo de 100 mil habitantes) e os estados de São Paulo e Rio de Janeiro tenham conseguido reduzir este tipo de crime entre 2008 e 2009, a sensação de insegurança da população ainda é maior que a dos habitantes das regiões Centro-Oeste e Sul. As duas regiões apresentam números piores que a média nacional: respectivamente 25,4 e 21,77 assassinatos por 100 mil habitantes, enquanto a média nacional é de 22,4 por 100 mil habitantes.

“Seria de se esperar que a sensação de segurança na Região Sudeste fosse maior que no Centro-Oeste, mas o que acontece é justamente o contrário. No Sudeste, as pessoas não confiam mais nas suas polícias”, comentou Júnior, frisando que apenas 24,8% dos entrevistados da Região Sudeste disseram confiar nas forças policiais de seu estado, contra 45,1% que responderam confiar pouco e 30% que simplesmente afirmaram não confiar. Já nas regiões Centro-Oeste e Nordeste os níveis de confiança são maiores (41,3% e 29,9%, respectivamente).

Embora admita que é difícil estabelecer uma relação direta entre sensação de segurança, investimentos governamentais e quantidade de policiais nas ruas (um fator que nem sempre resulta em redução das taxas de criminalidade), Oliveira Júnior afirma que a percepção da violência e o medo de morrer assassinado seguem as taxas de homicídios locais. As duas regiões com maiores taxas de homicídios dolosos, a Norte (29,5 por 100 mil habitantes) e a Nordeste (29,3), são também as regiões onde a população mais teme a morte por assassinato.

Oliveira Júnior considera que, apesar de melhorias pontuais, a taxa de criminalidade brasileira ainda é muito alta e que isso, sem dúvida, se reflete no medo que as pessoas sentem. "Temos, por exemplo, uma taxa de homicídios entre os jovens que é uma das dez maiores do mundo. Nossa taxa de homicídios é maior do que as de muitos países em guerra. E isso acaba tendo um reflexo, é claro, na percepção negativa do trabalho das polícias", concluiu.

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Brasília - A redução das taxas de criminalidade nem sempre é o bastante para que os cidadãos se sintam mais seguros. É o que aponta um estudo feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) sobre como a população brasileira percebe a violência. Segundo a pesquisa, a sensação de insegurança e a desconfiança em relação às forças policiais tendem a ser maiores entre as pessoas com maior nível de instrução e, também, entre os mais jovens.

Ao apresentar os resultados da pesquisa, o técnico de Planejamento e Pesquisa do Ipea Almir de Oliveira Júnior destacou algumas contradições que chamam a atenção quando os resultados obtidos nas diferentes regiões brasileiras são comparados. Como exemplo, ele cita que, diferentemente do que muitos acreditam, a Região Sudeste não é a mais violenta do país.

Embora a Região Sudeste seja, hoje, a que registra o menor índice de homicídios dolosos do país (taxa de 16,43 ocorrências por grupo de 100 mil habitantes) e os estados de São Paulo e Rio de Janeiro tenham conseguido reduzir este tipo de crime entre 2008 e 2009, a sensação de insegurança da população ainda é maior que a dos habitantes das regiões Centro-Oeste e Sul. As duas regiões apresentam números piores que a média nacional: respectivamente 25,4 e 21,77 assassinatos por 100 mil habitantes, enquanto a média nacional é de 22,4 por 100 mil habitantes.

“Seria de se esperar que a sensação de segurança na Região Sudeste fosse maior que no Centro-Oeste, mas o que acontece é justamente o contrário. No Sudeste, as pessoas não confiam mais nas suas polícias”, comentou Júnior, frisando que apenas 24,8% dos entrevistados da Região Sudeste disseram confiar nas forças policiais de seu estado, contra 45,1% que responderam confiar pouco e 30% que simplesmente afirmaram não confiar. Já nas regiões Centro-Oeste e Nordeste os níveis de confiança são maiores (41,3% e 29,9%, respectivamente).

Embora admita que é difícil estabelecer uma relação direta entre sensação de segurança, investimentos governamentais e quantidade de policiais nas ruas (um fator que nem sempre resulta em redução das taxas de criminalidade), Oliveira Júnior afirma que a percepção da violência e o medo de morrer assassinado seguem as taxas de homicídios locais. As duas regiões com maiores taxas de homicídios dolosos, a Norte (29,5 por 100 mil habitantes) e a Nordeste (29,3), são também as regiões onde a população mais teme a morte por assassinato.

Oliveira Júnior considera que, apesar de melhorias pontuais, a taxa de criminalidade brasileira ainda é muito alta e que isso, sem dúvida, se reflete no medo que as pessoas sentem. "Temos, por exemplo, uma taxa de homicídios entre os jovens que é uma das dez maiores do mundo. Nossa taxa de homicídios é maior do que as de muitos países em guerra. E isso acaba tendo um reflexo, é claro, na percepção negativa do trabalho das polícias", concluiu.

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