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Impeachment é diferente do futuro da previdência, diz tucano

"Impeachment é uma coisa, o futuro da Previdência é outra", disse Samuel Moreira, único deputado do PSDB a votar pela manutenção do veto

Samuel Moreira: na noite de terça-feira, 22, o Congresso manteve o veto presidencial ao dispositivo que permitia aposentadoria quando a soma do tempo de contribuição e da idade chegasse a 85 anos, no caso das mulheres, e 95 para os homens (Facebook/ Página oficial Samuel Moreira/Reprodução)
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Da Redação

Publicado em 24 de setembro de 2015 às 16h41.

São Paulo - Único deputado do PSDB a votar pela manutenção do veto ao cálculo que, na prática, acabava com o fator previdenciário criado no governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), Samuel Moreira (SP) afirma que é preciso distinguir a oposição à presidente Dilma Rousseff - incluindo a defesa de seu afastamento - e questões que afetam a sustentabilidade das contas públicas do País.

"Impeachment é uma coisa, o futuro da Previdência é outra", disse nesta quinta-feira, 24.

Na noite de terça-feira, 22, o Congresso manteve o veto presidencial ao dispositivo que permitia aposentadoria quando a soma do tempo de contribuição e da idade chegasse a 85 anos, no caso das mulheres, e 95 para os homens.

Foi a principal vitória do governo em relação à chamada "pauta-bomba" que eleva os gastos públicos, ainda pendente de análise de outros vetos, como o reajuste de até 76% a servidores do Judiciário.

Para o deputado do PSDB, se analisarmos os números da Previdência Social, "fica claro que não temos como criar mais despesas sem buscar antes uma solução definitiva, especialmente em relação à criação de idade mínima para se aposentar".

E complementa, "o déficit da Previdência previsto no Orçamento de 2016 é de R$ 124 bilhões. Em 2015, deve ficar em R$ 85 bilhões.

Ou seja, mesmo a proposta do governo de recriar a CPMF para financiar a Previdência não vai resolver absolutamente nada. Mesmo que seja criado um imposto com receita de R$ 32 bilhões, ainda ficaria um déficit muito grande".

Questionado sobre a mudança de posição, quando, em maio, votou a favor da emenda que criou o cálculo 85/95, Samuel Moreira afirma que naquele momento a situação era outra pois o governo não havia apresentado um Orçamento deficitário.

"Mas já naquela discussão dentro da bancada eu tinha me posicionado contra o fim do fator previdenciário, fui voto vencido e acompanhei a maioria. Mas desta vez decidi não cometer o mesmo erro político, não tomar uma atitude que causa desgaste ao PSDB, e avisei que votaria diferente. Não podemos ser contra só porque é (uma proposta) do PT, porque é de um governo muito complicado e que erra muito", diz.

Oposição pela oposição

Na votação houve muita crítica ao PSDB por defender o fim do fator previdenciário, criado pelo governo Fernando Henrique Cardoso.

Perguntado se esse tipo de postura, de oposição pela oposição, que o partido criticava no PT, poderia chegar a abalar a imagem do partido, o deputado diz que "não chega a tanto".

Para ele, o PSDB tem feito uma oposição de forma "muito dura, muito firme e convicta". "Isso é uma coisa. A outra coisa é a sustentabilidade da Previdência Social, das contas do governo.

Outro dia fiz um discurso mencionando que, dos gastos do governo, 71% são custeio e mais de 18% é com pessoal, ou seja, quase 90% do Orçamento. É preciso cortar no custeio.

Não posso fazer um discurso assim e depois votar numa questão que pode aumentar o custeio da máquina. Fazer oposição, defender o impeachment é uma coisa, e o futuro da Previdência é outra", afirma o deputado.

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São Paulo - Único deputado do PSDB a votar pela manutenção do veto ao cálculo que, na prática, acabava com o fator previdenciário criado no governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), Samuel Moreira (SP) afirma que é preciso distinguir a oposição à presidente Dilma Rousseff - incluindo a defesa de seu afastamento - e questões que afetam a sustentabilidade das contas públicas do País.

"Impeachment é uma coisa, o futuro da Previdência é outra", disse nesta quinta-feira, 24.

Na noite de terça-feira, 22, o Congresso manteve o veto presidencial ao dispositivo que permitia aposentadoria quando a soma do tempo de contribuição e da idade chegasse a 85 anos, no caso das mulheres, e 95 para os homens.

Foi a principal vitória do governo em relação à chamada "pauta-bomba" que eleva os gastos públicos, ainda pendente de análise de outros vetos, como o reajuste de até 76% a servidores do Judiciário.

Para o deputado do PSDB, se analisarmos os números da Previdência Social, "fica claro que não temos como criar mais despesas sem buscar antes uma solução definitiva, especialmente em relação à criação de idade mínima para se aposentar".

E complementa, "o déficit da Previdência previsto no Orçamento de 2016 é de R$ 124 bilhões. Em 2015, deve ficar em R$ 85 bilhões.

Ou seja, mesmo a proposta do governo de recriar a CPMF para financiar a Previdência não vai resolver absolutamente nada. Mesmo que seja criado um imposto com receita de R$ 32 bilhões, ainda ficaria um déficit muito grande".

Questionado sobre a mudança de posição, quando, em maio, votou a favor da emenda que criou o cálculo 85/95, Samuel Moreira afirma que naquele momento a situação era outra pois o governo não havia apresentado um Orçamento deficitário.

"Mas já naquela discussão dentro da bancada eu tinha me posicionado contra o fim do fator previdenciário, fui voto vencido e acompanhei a maioria. Mas desta vez decidi não cometer o mesmo erro político, não tomar uma atitude que causa desgaste ao PSDB, e avisei que votaria diferente. Não podemos ser contra só porque é (uma proposta) do PT, porque é de um governo muito complicado e que erra muito", diz.

Oposição pela oposição

Na votação houve muita crítica ao PSDB por defender o fim do fator previdenciário, criado pelo governo Fernando Henrique Cardoso.

Perguntado se esse tipo de postura, de oposição pela oposição, que o partido criticava no PT, poderia chegar a abalar a imagem do partido, o deputado diz que "não chega a tanto".

Para ele, o PSDB tem feito uma oposição de forma "muito dura, muito firme e convicta". "Isso é uma coisa. A outra coisa é a sustentabilidade da Previdência Social, das contas do governo.

Outro dia fiz um discurso mencionando que, dos gastos do governo, 71% são custeio e mais de 18% é com pessoal, ou seja, quase 90% do Orçamento. É preciso cortar no custeio.

Não posso fazer um discurso assim e depois votar numa questão que pode aumentar o custeio da máquina. Fazer oposição, defender o impeachment é uma coisa, e o futuro da Previdência é outra", afirma o deputado.

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