Igreja no Rio de Janeiro entra na rota dos refugiados sírios
Nove sírios vivem na paróquia católica de São João Batista
Da Redação
Publicado em 19 de setembro de 2015 às 10h09.
Rio de Janeiro - Uma Igreja Católica do Rio de Janeiro se transformou em um ponto de amparo nas rotas de fuga dos refugiados sírios que deixaram seu país fugindo da guerra e que vieram ao Brasil.
As histórias de bombardeios, de famílias separadas pela guerra e de fugas a pé através de fronteiras internacionais se repetem de boca em boca entre os nove sírios que atualmente vivem na paróquia católica de São João Batista, um imponente edifício arcaico encravado no bairro de Botafogo.
Comovido pela crise dos refugiados, no ano passado o sacerdote brasileiro Alex Coelho decidiu organizar uma casa nos fundos da igreja para receber os refugiados selecionados pela ONG católica Cáritas.
"Pus as mãos à obra inclusive antes de o papa falar disso ", disse Coelho à Agência Efe, com uma ponta de orgulho por ter amparado até agora cerca de 40 refugiados, a maioria sírios, mas também de países como Iraque, Afeganistão, Nigéria, Gana e Ucrânia.
O número de refugiados no Brasil dobrou nos últimos três anos, e chegou em agosto a 8.400, 2.077 deles sírios, segundo dados oficiais.
Em sua chegada à paróquia, os sírios são recebidos por um cartaz que diz: "bem-vindo", escrito em árabe pelo padre Coelho, que se esforçou em aprender um pouco do idioma para facilitar a recepção dos refugiados.
"Chegam tristes, comovidos, alguns deportados da Europa. Um foi espancado pela polícia italiana. Quando chegam digo que têm aqui um irmão. Isso cria laços de amizade", disse Coelho.
Os sírios têm a sua disposição um dormitório comum, uma cozinheira, uma secretária, aulas de português e uma capela onde podem rezar.
Os fiéis da igreja têm feito doações, e alguns dos que são médicos e dentistas atendem gratuitamente, e outros chegam até a oferecer empregos, segundo Coelho.
Os sírios amparados na igreja dizem que decidiram viajar ao Brasil pela facilidade de conseguir um visto, mas a maioria deles pretende chegar em algum país europeu, onde acreditam que terão mais facilidades para encontrar trabalho e para se reunir com seus familiares.
Amai Bas, de 43 anos, contou que quatro refugiados tentaram retornar à Turquia do Brasil com um passaporte europeu falso, mas acabaram presos e agora aguardam a decisão da justiça sobre o futuro deles.
"Qualquer um nessa situação faria o mesmo. Não consigo falar com meus três filhos há um mês e meio", relatou Bas, que está há seis meses no Rio de Janeiro e deixou sua família na fronteira turca.
Bas é formado em Jornalismo e trabalhava como vendedor na Síria, mas não vê perspectivas de ficar no Brasil porque não fala português, o que dificulta a busca por emprego.
"Quero viver em qualquer país que tenha espaço para nós, onde possa criar meus filhos com segurança", ressaltou.
O jovem Sulltan, de 19 anos, acaba de receber seu passaporte outra vez e está preparando seu retorno para a Turquia, um país que considera "uma boa alternativa" para se estabelecer porque conhece o idioma.
Uma minoria de sírios se aventura a ficar no Brasil, país que consideram "acolhedor", mas preferem viver em São Paulo , porque nesse estado está a maior comunidade árabe do país e sua integração é mais fácil.
Rio de Janeiro - Uma Igreja Católica do Rio de Janeiro se transformou em um ponto de amparo nas rotas de fuga dos refugiados sírios que deixaram seu país fugindo da guerra e que vieram ao Brasil.
As histórias de bombardeios, de famílias separadas pela guerra e de fugas a pé através de fronteiras internacionais se repetem de boca em boca entre os nove sírios que atualmente vivem na paróquia católica de São João Batista, um imponente edifício arcaico encravado no bairro de Botafogo.
Comovido pela crise dos refugiados, no ano passado o sacerdote brasileiro Alex Coelho decidiu organizar uma casa nos fundos da igreja para receber os refugiados selecionados pela ONG católica Cáritas.
"Pus as mãos à obra inclusive antes de o papa falar disso ", disse Coelho à Agência Efe, com uma ponta de orgulho por ter amparado até agora cerca de 40 refugiados, a maioria sírios, mas também de países como Iraque, Afeganistão, Nigéria, Gana e Ucrânia.
O número de refugiados no Brasil dobrou nos últimos três anos, e chegou em agosto a 8.400, 2.077 deles sírios, segundo dados oficiais.
Em sua chegada à paróquia, os sírios são recebidos por um cartaz que diz: "bem-vindo", escrito em árabe pelo padre Coelho, que se esforçou em aprender um pouco do idioma para facilitar a recepção dos refugiados.
"Chegam tristes, comovidos, alguns deportados da Europa. Um foi espancado pela polícia italiana. Quando chegam digo que têm aqui um irmão. Isso cria laços de amizade", disse Coelho.
Os sírios têm a sua disposição um dormitório comum, uma cozinheira, uma secretária, aulas de português e uma capela onde podem rezar.
Os fiéis da igreja têm feito doações, e alguns dos que são médicos e dentistas atendem gratuitamente, e outros chegam até a oferecer empregos, segundo Coelho.
Os sírios amparados na igreja dizem que decidiram viajar ao Brasil pela facilidade de conseguir um visto, mas a maioria deles pretende chegar em algum país europeu, onde acreditam que terão mais facilidades para encontrar trabalho e para se reunir com seus familiares.
Amai Bas, de 43 anos, contou que quatro refugiados tentaram retornar à Turquia do Brasil com um passaporte europeu falso, mas acabaram presos e agora aguardam a decisão da justiça sobre o futuro deles.
"Qualquer um nessa situação faria o mesmo. Não consigo falar com meus três filhos há um mês e meio", relatou Bas, que está há seis meses no Rio de Janeiro e deixou sua família na fronteira turca.
Bas é formado em Jornalismo e trabalhava como vendedor na Síria, mas não vê perspectivas de ficar no Brasil porque não fala português, o que dificulta a busca por emprego.
"Quero viver em qualquer país que tenha espaço para nós, onde possa criar meus filhos com segurança", ressaltou.
O jovem Sulltan, de 19 anos, acaba de receber seu passaporte outra vez e está preparando seu retorno para a Turquia, um país que considera "uma boa alternativa" para se estabelecer porque conhece o idioma.
Uma minoria de sírios se aventura a ficar no Brasil, país que consideram "acolhedor", mas preferem viver em São Paulo , porque nesse estado está a maior comunidade árabe do país e sua integração é mais fácil.