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Haddad será o articulador da oposição ao governo Bolsonaro, afirma Gleisi

Para presidente nacional do PT, Haddad tem um papel maior do que o do partido pois se tornou depositário da esperança do povo e da luta pela democracia

Gleisi Hoffmann: PT dará todas as condições para que Haddad possa exercer papel de articulador junto com lideranças sociais e de partidos políticos (Rodolfo Buhrer/Reuters)
AB

Agência Brasil

Publicado em 30 de outubro de 2018 às 18h29.

A presidente nacional do PT, senadora Gleis i Hoffmann (PT-PR), disse nesta terça-feira, 30, que o candidato do partido à Presidência da República, Fernando Haddad , derrotado nas eleições, será o articulador de uma frente de oposição ao governo Jair Bolsonaro (PSL). Segundo ela, Haddad atuará em parceria com lideranças sociais e de outras legendas partidárias.

"O Fernando Haddad, no nosso entender, tem um papel muito relevante nesse processo, um papel maior do que o PT porque ele sai depositário da esperança do povo e da luta pela democracia de diversos setores da sociedade", disse a senadora.

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A afirmação de Gleisi Hoffmann ocorreu após a primeira reunião de avaliação do Diretório Nacional do PT depois das eleições. "O PT dará todas as condições para que Fernando Haddad possa exercer esse papel de articulador junto com outras lideranças sociais e de partidos políticos para consolidar essa frente de resistência", afirmou.

Previdência

A senadora afirmou também que o PT vai liderar o enfrentamento do movimento contra a aprovação da Reforma da Previdência este ano. "[Será estabelecida uma] frente de resistência pela democracia e pelos direitos do povo frente ao governo que está prestes a tomar posse", disse Gleisi.

Na segunda-feira, 29, Bolsonaro disse que irá a Brasília na próxima semana para tentar agilizar o processo de discussão e votação da Reforma da Previdência. De acordo com a senadora, a primeira resistência será às ações conjuntas de Temer e Bolsonaro.

Violência

O PT pretende ainda disponibilizar, segundo a senadora, os advogados ligados ao partido para auxiliar pessoas que sofram perseguição ou agressões por motivação política. "Nos preocupa muito a integridade física das pessoas pelos posicionamentos que tem o governo que foi eleito em relação a uma série de movimentos."

Gleisi Hoffmann afirmou ter conhecimento de registros de vários casos de violência relacionados à motivação política. "Eu não conheci, desde que participo dos processos eleitorais, nenhum outro processo de eleição que nós tivéssemos tamanha violência."

Fake news

A senadora afirmou ainda que os resultados eleitorais deste ano foram impactados por uma série de fatores, como a disseminação de notícias falsas na internet e em aplicativos. Ela também se queixou das rejeições dos recursos relativos ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso há seis meses em Curitiba, impedindo sua participação nas eleições.

"O processo que levou a esse resultado está eivado de vícios e de fraudes", reagiu Gleisi Hoffmann. Para a senadora, a denúncia sobre a suposta existência de um grupo de empresários financiando a disseminação de fake news não pode ser esquecida. "Veio também as fake news, que foram espalhadas aos milhões através de uma verdadeira indústria de mentiras no submundo da internet com o impulsionamento através do WhatsApp com caixa dois, que manipularam fortemente o resultado das eleições."

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