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Governo tem problemas para escolher conselho da Petrobras

O governo encontra dificuldades para substituir os conselheiros de administração da Petrobras, que serão definidos em assembleia geral no próximo dia 29

Petrobras: a União quer dar um caráter técnico ao conselho (Vanderlei Almeida/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 10 de abril de 2015 às 23h54.

Rio - O governo encontra dificuldades para substituir os conselheiros de administração da Petrobras , que serão definidos em assembleia geral da empresa no próximo dia 29.

A União quer dar um caráter técnico ao conselho, como parte da estratégia de retomada da credibilidade na estatal. Por isso, três nomes já indicados devem ser substituídos logo após a apresentação do balanço contábil da empresa. Entre os atuais conselheiros, a expectativa é que os dados financeiros sejam apresentados na próxima reunião, no dia 17.

A apresentação dos dados auditados é uma condição colocada pelos indicados para que aceitem a missão. O mesmo já havia acontecido com o futuro presidente do conselho, Murilo Ferreira, atual diretor da Vale. O nome dele, entretanto, já foi anunciado e será levado à votação na assembleia ordinária, juntamente com outros três executivos que devem ficar no cargo em caráter `temporário'.

Um deles é o diretor financeiro Ivan Monteiro, que ficará até o balanço ser auditado. Além dele, devem sair o militar Francisco Roberto de Albuquerque e o empresário Sérgio Franklin Quintella. O atual presidente da companhia, Aldemir Bendine, continuará no conselho, segundo fontes próximas ao colegiado.

A intenção é indicar nomes de especialistas em áreas de interesse da companhia. Um exemplo citado é o de Luiz Navarro, que assumiu em janeiro o lugar do secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia (MME), Márcio Zimmermann. Ele é especialista em governança corporativa.

O governo controla sete dos dez assentos do conselho, por ser o acionista majoritário da empresa. Uma vaga será ocupada por Deyvid Bacelar, representantes dos funcionários, que foi eleito em janeiro. As demais são destinadas a acionistas minoritários, que serão ocupadas por Walter Mendes de Oliveira Filho e Guilherme Affonso Ferreira. Eles substituem Mauro Cunha e José Monforte, que se recusaram a continuar no cargo por divergir dos rumos e da ingerência do governo no conselho.

Balanço

Os atuais conselheiros esperam que o balanço financeiro da empresa relativo a 2014 seja avaliado na próxima reunião, do dia 17, na sexta-feira da semana que vem. Até a próxima segunda-feira, os conselheiros devem receber a pauta da reunião, que poderá trazer a análise dos números. Dois pontos ainda faltam ser tratados para que o resultado seja finalmente publicado.

O primeiro é chegar a um consenso sobre a melhor metodologia de cálculo das perdas. Sem uma metodologia definitiva, a diretoria ainda não apresentou aos conselheiros a estimativa do prejuízo decorrente da corrupção investigada na Operação Lava Jato. Fontes indicaram que a baixa contábil, que incluirá perdas com a depreciação de ativos, deve ficar entre R$ 20 bilhões e R$ 40 bilhões.

Outro ponto é a definição pela auditoria independente dos nomes de funcionários da estatal que são suspeitos de participar do esquema de desvio de recursos e ainda participam da contabilidade do balanço. Até que a auditoria certifique que nenhum suspeito participa do trabalho de cálculo do resultado, a PricewaterhouseCoopers (PwC) se nega a auditar o resultado.

A avaliação entre os atuais integrantes do conselho é que não haverá consenso sobre os dados. Ainda que o relatório seja auditado pela PwC, não é certo que os conselheiros os aceitem, por receio de serem penalizados em caso de eventuais contestações futuras sobre os resultados apresentados.

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A União quer dar um caráter técnico ao conselho, como parte da estratégia de retomada da credibilidade na estatal. Por isso, três nomes já indicados devem ser substituídos logo após a apresentação do balanço contábil da empresa. Entre os atuais conselheiros, a expectativa é que os dados financeiros sejam apresentados na próxima reunião, no dia 17.

A apresentação dos dados auditados é uma condição colocada pelos indicados para que aceitem a missão. O mesmo já havia acontecido com o futuro presidente do conselho, Murilo Ferreira, atual diretor da Vale. O nome dele, entretanto, já foi anunciado e será levado à votação na assembleia ordinária, juntamente com outros três executivos que devem ficar no cargo em caráter `temporário'.

Um deles é o diretor financeiro Ivan Monteiro, que ficará até o balanço ser auditado. Além dele, devem sair o militar Francisco Roberto de Albuquerque e o empresário Sérgio Franklin Quintella. O atual presidente da companhia, Aldemir Bendine, continuará no conselho, segundo fontes próximas ao colegiado.

A intenção é indicar nomes de especialistas em áreas de interesse da companhia. Um exemplo citado é o de Luiz Navarro, que assumiu em janeiro o lugar do secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia (MME), Márcio Zimmermann. Ele é especialista em governança corporativa.

O governo controla sete dos dez assentos do conselho, por ser o acionista majoritário da empresa. Uma vaga será ocupada por Deyvid Bacelar, representantes dos funcionários, que foi eleito em janeiro. As demais são destinadas a acionistas minoritários, que serão ocupadas por Walter Mendes de Oliveira Filho e Guilherme Affonso Ferreira. Eles substituem Mauro Cunha e José Monforte, que se recusaram a continuar no cargo por divergir dos rumos e da ingerência do governo no conselho.

Balanço

Os atuais conselheiros esperam que o balanço financeiro da empresa relativo a 2014 seja avaliado na próxima reunião, do dia 17, na sexta-feira da semana que vem. Até a próxima segunda-feira, os conselheiros devem receber a pauta da reunião, que poderá trazer a análise dos números. Dois pontos ainda faltam ser tratados para que o resultado seja finalmente publicado.

O primeiro é chegar a um consenso sobre a melhor metodologia de cálculo das perdas. Sem uma metodologia definitiva, a diretoria ainda não apresentou aos conselheiros a estimativa do prejuízo decorrente da corrupção investigada na Operação Lava Jato. Fontes indicaram que a baixa contábil, que incluirá perdas com a depreciação de ativos, deve ficar entre R$ 20 bilhões e R$ 40 bilhões.

Outro ponto é a definição pela auditoria independente dos nomes de funcionários da estatal que são suspeitos de participar do esquema de desvio de recursos e ainda participam da contabilidade do balanço. Até que a auditoria certifique que nenhum suspeito participa do trabalho de cálculo do resultado, a PricewaterhouseCoopers (PwC) se nega a auditar o resultado.

A avaliação entre os atuais integrantes do conselho é que não haverá consenso sobre os dados. Ainda que o relatório seja auditado pela PwC, não é certo que os conselheiros os aceitem, por receio de serem penalizados em caso de eventuais contestações futuras sobre os resultados apresentados.

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