Filha de suspeito preso no caso Marielle teria namorado filho de Bolsonaro
Durante entrevista coletiva, o delegado do caso confirmou sobre uma possível relação entre um dos filhos do presidente com a filha de Ronie Lessa
Da Redação
Publicado em 12 de março de 2019 às 15h22.
Última atualização em 13 de março de 2019 às 11h05.
São Paulo — O delegado Giniton Lages, responsável pelas investigações do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes, confirmou nesta terça-feira (12) que uma filha deRonie Lessa, preso nesta madrugada como suspeito do crime, teria namorado um dos filhos do presidente Jair Bolsonaro.
Durante entrevista coletiva, o delegado foi questionado se a relação entre o filho mais novo do presidente, Jair Renan, de 20 anos, seria verdadeira.
“Isso tem [namoro entre os dois], mas isso, para nós, hoje, não importou na motivação delitiva. Isso vai ser enfrentado num momento oportuno. Não é importante para esse momento”, disse.
https://twitter.com/MarcelloRego/status/1105529642566537216
Lessa, apontado comoo possível autor dos disparos de arma de fogo, reside no mesmo condomínio onde Bolsonaro e seu filho Carlos Bolsonaro têm casa, na Barra da Tijuca.
O fato de um dos detidos nesta madrugada morar no mesmo lugar, segundo Lages, não tem relação com o caso Marielle.
"O fato de ele morar no condomínio não diz muita coisa, não para a investigação da Marielle. Ele não tem uma relação direta, nós não detectamos", resumiu.
Prisões
Nesta madrugada, uma operação conjunta do MP, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), e da Polícia Civil prendeu os dois suspeitos de matar a vereadora e seu motorista.
Ronie Lessa, policial militar reformado, e Elcio Vieira de Queiroz, expulso da Polícia Militar, foram denunciados por homicídio qualificado e por tentativa de homicídio de Fernanda Chaves, assessora que também estava no carro.
Lessa teria sido o autor dos disparos de arma de fogo e Elcio, o condutor do veículo Cobalt utilizado na execução. O MP informou que o crime foi planejado de forma meticulosa durante os três meses que antecederam os assassinatos.
Além dos mandados de prisão, a Operação Lume cumpre mandados de busca e apreensão em endereços dos dois acusados para apreender documentos, celulares, computadores, armas, munições e outros objetos.