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FHC vê inflação entre principais motivos para insatisfação

Ex-presidente também reconheceu que as manifestações não são direcionadas a uma só pessoa nem se devem a apenas um tema

FHC: "quem quiser tirar proveito disso já perdeu. Porque não é isso. Não é momento político, é um momento social, é um momento de expressão de várias camadas sociais" (Reprodução/Observador Político)
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Da Redação

Publicado em 18 de junho de 2013 às 18h06.

Brasília - O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso avalia que a inflação é um dos principais motivos da insatisfação popular que resultou nas manifestações que tomaram diversas capitais do Brasil, embora tenha reconhecido que elas não sejam direcionadas a uma só pessoa nem se devam a apenas um tema.

"Eu acho que a carestia é o principal problema, sempre. Depois vem o resto. Reclamam do preço do ônibus, por quê? Por causa da carestia, porque não dá pra ter uma coisa a mais", afirmou FHC em evento de inauguração de exposição sobre os 25 anos do PSDB, nesta terça-feira.

O país está enfrentando inflação próxima do teto da meta de governo, de 6,5 % ao ano, além de um tímido crescimento econômico. Para conter os preços, o Banco Central iniciou em abril um ciclo de aumento do juro básico.

"Quando a inflação começa a inquietar, o povo se inquieta", disse FHC. "E não é por acaso. Há um certo mal estar. E esse certo mal estar deriva de muitas coisas... O dinheiro já não chega tão bem como chegava há pouco tempo", acrescentou FHC, atual presidente de honra do PSDB.

Uma onda de protestos turbinada pelas redes sociais se espalhou pelo país nos últimos dias e levou mais de 200 mil pessoas às ruas de diversas capitais na segunda-feira.

As manifestações --as maiores no Brasil em 20 anos-- tiveram como alvo inicial o aumento da tarifa de ônibus e passaram a incluir reivindicações por melhores serviços públicos, combate a corrupção e até discordância com os gastos para a Copa do Mundo de 2014.

Mais cedo nesta terça-feira, a presidente Dilma Rousseff afirmou que os protestos comprovam a energia da democracia e que "seu governo está ouvindo as vozes" e empenhado na mudança da sociedade.

Para Dilma, a população deu uma mensagem ao conjunto da sociedade e aos governantes, por mais cidadania e melhores escolas, hospitais e transporte público de qualidade.

"Eu quero dizer que o meu governo está ouvindo essas vozes pela mudança, meu governo está empenhado e comprometido com a transformação social, a começar pela elevação de 40 milhões de pessoas à classe media, com o fim da miséria", disse a presidente, durante cerimônia no Palácio do Planalto de lançamento do novo marco regulatório da mineração.


Momento social, não político

O senador e presidente nacional do PSDB, Aécio Neves (MG), potencial candidato ao Planalto em 2014, acrescentou que os protestos demonstram com clareza as dificuldades do país.

"Uma questão é clara: o Brasil róseo, festejado na propaganda oficial, o Brasil sem miséria, de educação de qualidade, com as empresas públicas batendo recorde de produção, esse Brasil que nós dizíamos irreal, ficou claro que ele não existe", afirmou o senador mineiro.

FHC --ao ser questionado se a oposição iria tirar proveito dos protestos-- disse que não, por se tratar de um momento social, e não político.

"Quem quiser tirar proveito disso já perdeu. Porque não é isso. Não é momento político, é um momento social, é um momento de expressão de várias camadas sociais. Quem pensar que vai dirigir essas camadas, se engana, não vai", disse o ex-presidente a jornalistas.

Em sua maioria, os protestos de segunda-feira foram pacíficos. Mas houve confrontos com policiais que resultaram em feridos no Rio de Janeiro. Carros foram incendiados, agências bancárias e lojas foram depredadas e a Assembleia Legislativa do Estado foi invadida na capital fluminense.

Em Brasília, a marquise do Congresso Nacional foi tomada por manifestantes, que foram impedidos de entrar no prédio. Em São Paulo, um grupo pequeno tentou invadir o Palácio dos Bandeirantes, sede do governo estadual.

As manifestações ganham corpo durante a realização da Copa das Confederações, teste final antes do Mundial de 2014 no Brasil, e pouco mais de um ano antes das eleições presidenciais.

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Brasília - O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso avalia que a inflação é um dos principais motivos da insatisfação popular que resultou nas manifestações que tomaram diversas capitais do Brasil, embora tenha reconhecido que elas não sejam direcionadas a uma só pessoa nem se devam a apenas um tema.

"Eu acho que a carestia é o principal problema, sempre. Depois vem o resto. Reclamam do preço do ônibus, por quê? Por causa da carestia, porque não dá pra ter uma coisa a mais", afirmou FHC em evento de inauguração de exposição sobre os 25 anos do PSDB, nesta terça-feira.

O país está enfrentando inflação próxima do teto da meta de governo, de 6,5 % ao ano, além de um tímido crescimento econômico. Para conter os preços, o Banco Central iniciou em abril um ciclo de aumento do juro básico.

"Quando a inflação começa a inquietar, o povo se inquieta", disse FHC. "E não é por acaso. Há um certo mal estar. E esse certo mal estar deriva de muitas coisas... O dinheiro já não chega tão bem como chegava há pouco tempo", acrescentou FHC, atual presidente de honra do PSDB.

Uma onda de protestos turbinada pelas redes sociais se espalhou pelo país nos últimos dias e levou mais de 200 mil pessoas às ruas de diversas capitais na segunda-feira.

As manifestações --as maiores no Brasil em 20 anos-- tiveram como alvo inicial o aumento da tarifa de ônibus e passaram a incluir reivindicações por melhores serviços públicos, combate a corrupção e até discordância com os gastos para a Copa do Mundo de 2014.

Mais cedo nesta terça-feira, a presidente Dilma Rousseff afirmou que os protestos comprovam a energia da democracia e que "seu governo está ouvindo as vozes" e empenhado na mudança da sociedade.

Para Dilma, a população deu uma mensagem ao conjunto da sociedade e aos governantes, por mais cidadania e melhores escolas, hospitais e transporte público de qualidade.

"Eu quero dizer que o meu governo está ouvindo essas vozes pela mudança, meu governo está empenhado e comprometido com a transformação social, a começar pela elevação de 40 milhões de pessoas à classe media, com o fim da miséria", disse a presidente, durante cerimônia no Palácio do Planalto de lançamento do novo marco regulatório da mineração.


Momento social, não político

O senador e presidente nacional do PSDB, Aécio Neves (MG), potencial candidato ao Planalto em 2014, acrescentou que os protestos demonstram com clareza as dificuldades do país.

"Uma questão é clara: o Brasil róseo, festejado na propaganda oficial, o Brasil sem miséria, de educação de qualidade, com as empresas públicas batendo recorde de produção, esse Brasil que nós dizíamos irreal, ficou claro que ele não existe", afirmou o senador mineiro.

FHC --ao ser questionado se a oposição iria tirar proveito dos protestos-- disse que não, por se tratar de um momento social, e não político.

"Quem quiser tirar proveito disso já perdeu. Porque não é isso. Não é momento político, é um momento social, é um momento de expressão de várias camadas sociais. Quem pensar que vai dirigir essas camadas, se engana, não vai", disse o ex-presidente a jornalistas.

Em sua maioria, os protestos de segunda-feira foram pacíficos. Mas houve confrontos com policiais que resultaram em feridos no Rio de Janeiro. Carros foram incendiados, agências bancárias e lojas foram depredadas e a Assembleia Legislativa do Estado foi invadida na capital fluminense.

Em Brasília, a marquise do Congresso Nacional foi tomada por manifestantes, que foram impedidos de entrar no prédio. Em São Paulo, um grupo pequeno tentou invadir o Palácio dos Bandeirantes, sede do governo estadual.

As manifestações ganham corpo durante a realização da Copa das Confederações, teste final antes do Mundial de 2014 no Brasil, e pouco mais de um ano antes das eleições presidenciais.

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