Brasil

Falhas no transporte do Rio não podem se repetir, diz Paes

Metrô ficou parado na terça-feira por cerca de duas horas, e complicou o acesso de peregrinos à missa de abertura oficial da Jornada Mundial da Juventude

Problema na subestação de energia do metrô carioca parou na tarde de ontem (23) a operação de trens entre as estações Cinelândia e Saenz Peña, na Linha 1, e Cinelândia e Pavuna, na Linha 2 (Tânia Rego/ABr)

Problema na subestação de energia do metrô carioca parou na tarde de ontem (23) a operação de trens entre as estações Cinelândia e Saenz Peña, na Linha 1, e Cinelândia e Pavuna, na Linha 2 (Tânia Rego/ABr)

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Da Redação

Publicado em 24 de julho de 2013 às 18h30.

Rio de Janeiro - As falhas no sistema de transportes registradas no Rio de Janeiro são inaceitáveis, de responsabilidade coletiva das autoridades e não podem mais se repetir, afirmou nesta quarta-feira o prefeito Eduardo Paes.

O metrô ficou parado na terça-feira por cerca de duas horas na cidade, em um momento de grande movimentação, e complicou o acesso de peregrinos à missa de abertura oficial da Jornada Mundial da Juventude, na praia de Copacabana.

"Se o metrô fosse concessão do município recomendaria uma multa monstruosa. O que houve não pode acontecer", disse o prefeito a jornalistas no centro de imprensa da JMJ.

Na segunda-feira, depois de desembarcar no Rio o carro do papa foi cercado por uma multidão diversas vezes no trajeto do aeroporto ao centro da cidade, deixando o pontífice exposto e os seguranças em desespero. A comitiva do papa chegou a ficar presa entre diversos ônibus e uma multidão.

"As falhas no metrô e na (avenida) Presidente Vargas (onde houve o incidente com o papa) são inaceitáveis e não podem se repetir. Foram problemas muito fortes e simbólicos", acrescentou o prefeito.

Os problemas no transporte forçaram mudanças na operação logística. Desde segunda, todos os órgãos municipais, estaduais e federais envolvidos na segurança e logística do pontífice têm se reunido para evitar novos transtornos.

"Foi uma falha coletiva do poder público", resumiu.

Ao ser questionado sobre o risco de o papa voltar a sofrer com um engarrafamento na cidade até o fim da JMJ, o prefeito destacou o estilo imprevisível do pontífice, que gosta de quebrar protocolos.


"Se fosse em outro lugar do mundo poderia ter problemas", disse referindo-se ao ocorrido na Presidente Vargas. "Foi falha do poder público e vamos trabalhar para evitar que se repita apesar da indisciplina no papa Francisco", declarou o prefeito. O pontífice andou com a janela do carro aberto e a uma velocidade baixa, o que fez com que fosse cercado por uma multidão.

"Papa é um criador de engarrafamento. Ele trás pessoas para perto dele... é um bom criador de engarrafamento." Como é feriado na quinta e na sexta-feira na cidade, a maior preocupação das autoridades municipais deixa de ser o deslocamento do papa, mas sim a dispersão do público que vai participar de missas em Copacabana e da vigília e da missa campal, em Guaratiba, na zona oeste.

A prefeitura trata os quatro eventos como "quatro Réveillons que ocorrerão na cidade" até domingo, numa referência à festa da noite de 31 de dezembro nas areias de Copacabana.

Para as missas em Copacabana, na quinta e sexta, são esperadas cerca de 1,5 milhão de pessoas por dia e na missa em Guaratiba, no domingo, mais de 1 milhão de fiéis.

"Esses eventos trazem constrangimento novo, porque terminada a missa tem escoamento de mais de 1 milhão de pessoas ou 2 milhões e não é fácil de ser administrado. O que se pede é compreensão com a dificuldade de escoar ao mesmo tempo 2 milhões de pessoas", afirmou o prefeito.

Dado o carisma do papa Francisco, batizado pelo prefeito de "o mais carioca dos papas" que já visitaram o Brasil, o número de fiéis em Guaratiba pode superar as estimativas.


Se isso acontecer, a dispersão do público calculada inicialmente em 10 horas, poderia chegar a 15 horas de domingo para segunda-feira.

Melhor que Madri

Visivelmente incomodado com a repercussão das falhas do sistema de logística de transportes na cidade durante a visita do papa, o prefeito Eduardo Paes, fez criticas à JMJ realizada em Madri em 2011.

Segundo Paes, que esteve na capital espanhola para acompanhar o evento, o encontro religioso na Espanha também teve problemas de organização.

O prefeito citou falhas no sistema de distribuição de kits para peregrinos, lotação no Campus da Fidei (Campus da Fé, com cerca de 150 mil pessoas do lado de fora na missa do papa) e protestos e manifestações que ocorreram na cidade espanhola.

"O Rio sempre será melhor que Madri", afirmou o prefeito que tem cidadania brasileira e espanhola.

O prefeito apelou para comparações internacionais, entre elas com a Espanha, para minimizar os protestos que ocorreram na porta do Palácio Guanabara na segunda-feira na recepção de boas-vinda ao papa Francisco.

Para Eduardo Paes a imagem da cidade não ficará arranhada com as manifestações.

"Tem um complexo de vira-lata e tupiniquim... não são problemas para a imagem do Rio. Problema seria se a manifestação fosse por direitos e liberdade democrática", afirmou ele.

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