EXAME/IDEIA: Lula tem 41% no 1º turno, contra 24% de Bolsonaro
Moro tem 11% das intenções de voto, seguido de Ciro (7%) e Doria (4%). Ex-presidente Lula vence em todos os cenários de 2º turno
Fabiane Stefano
Publicado em 13 de janeiro de 2022 às 20h14.
Última atualização em 14 de janeiro de 2022 às 08h22.
Se as eleições presidenciais fossem hoje, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) receberia 41% dos votos no primeiro turno, seguido pelo atual presidente Jair Bolsonaro (PL), com 24%, e pelo ex-juiz Sergio Moro (Podemos), com 11%. Já o ex-governador Ciro Gomes (PDT) teria 7% dos votos e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), receberia 4%.
Os dados são da mais recente pesquisa EXAME/IDEIA um projeto que une EXAME e o IDEIA, instituto de pesquisa especializado em opinião pública. A sondagem ouviu 1.500 pessoas entre os dias 9 e 13 de janeiro. As entrevistas foram feitas por telefone, com ligações tanto para fixos residenciais quanto para celulares. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral com o número BR-03460/2022.
Na pergunta espontânea, na qual não são oferecidos nomes de candidatos aos entrevistados, o ex-presidente tem 34% das intenções de voto. Houve um avanço de seis pontos percentuais de Lula em relação ao levantamento de dezembro, quando recebeu 28% das menções espontâneas. O presidente Jair Bolsonaro tem 20% das indicações na pesquisa espontânea, mesmo percentual registrado em dezembro.
Para Maurício Moura, fundador do IDEIA, a ascensão positiva de intenção de voto espontânea do ex-presidente Lula é um dos dados mais relevantes da atual rodada da pesquisa.
“A pergunta espontânea dá a exata noção do engajamento do eleitor com o candidato, porque na pesquisa espontânea não é oferecida nenhuma alternativa para os entrevistados. A intenção de voto espontânea de Lula tem evoluído em regiões como Centro-Oeste, tem se fortalecido no Sudeste e até mesmo há saldos positivos em subsegmentos tradicionalmente aliados a Bolsonaro, como o dos evangélicos”, diz Moura.
No caso dos evangélicos, por exemplo, 27% declaram espontâneamente votar em Bolsonaro e 20%, em Lula. No entanto, na rodada da pesquisa EXAME/IDEIA de dezembro, a distância entre os dois era bem maior: 30% das intenções de votos espontâneas dos evangélicos eram direcionadas para o atual presidente, enquanto que apenas 14% eram destinadas ao ex-presidente Lula.
Segundo Moura, o desempenho de Bolsonaro, com 20% do total das intenções espontâneas, dialoga com a baixa avaliação do presidente e seu governo. “Não chega a um quarto do eleitorado o número dos que avaliam o governo como bom ou ótimo. Ao mesmo tempo, mais de 50% dos eleitores seguem avaliando o governo negativamente.
SEGUNDO TURNO
A pesquisa EXAME/IDEIA testou possíveis cenários de segundo turno considerando os candidatos com a maior intenção de votos no primeiro turno, Lula e Bolsonaro. Com o petista, foram considerados quatro cenários: além da disputa com o atual presidente, os nomes de Moro, Doria e Ciro foram submetidos a um confronto com Lula. Em todas as simulações, o ex-presidente venceria.
Com Bolsonaro, EXAME/IDEIA simulou a votação em três cenários, além do segundo turno com Lula. Ciro Gomes venceria Bolsonaro com 40% dos votos contra 34%. Numa disputa com Moro, o ex-juiz receberia 38% dos votos contra 32% do atual presidente. Bolsonaro apenas venceria as eleições se enfrentasse João Doria no segundo turno: 34% contra 28%.
Moura chama a atenção para o desempenho da terceria via, diante da polarização da corrida eleitoral entre Lula e Bolsonaro. “Ainda é muito embrionária a participação ou a relevância da terceira via nesse contexto. Não chega a dois dígitos a somatória de intenção de voto espontânea de Sergio Moro, Ciro Gomes e João Doria, os três principais candidatos postos pela terceira via.”