Ex-gerentes de subsidiária da Petrobras viram réus por R$32 mi em propinas
Acusados teriam obtido vantagens indevidas em contratos da Petroquisa com a Odebrecht para a realização de obras do Complexo Petroquímico Suape, em PE
Estadão Conteúdo
Publicado em 4 de maio de 2018 às 22h26.
Última atualização em 4 de maio de 2018 às 22h37.
O juiz federal Sérgio Moro abriu ação penal contra nove acusados no âmbito da Operação Lava Jato por propinas de R$ 32 milhões no âmbito de investigação que mira desvios na Petroquisa, subsidiária da Petrobras . A denúncia é resultado da 46.ª fase da Operação Lava Jato, que não foi batizada pela PF, como usualmente, deflagrada em outubro de 2017.
São acusados quatro ex-gerentes ligados à Petrobras e à Petroquisa - braço petroquímico da estatal petrolífera -, quatro executivos da Odebrecht e uma agente que atuava junto a um representante do Banco Société Générale, da Suíça.
Os ex-gerentes da estatal, Paulo Cezar Amaro Aquino, Djalma Rodrigues de Souza, Glauco Colepicolo Legatti e Maurício de Oliveira Guedes, todos receberam apelidos em planilhas de propinas da Odebrecht. Respectivamente, seus nomes eram "Peixe", "Jabuti", "Kejo" e "Azeitona".
As investigações apontam pagamentos de propina que se estenderam até o ano de 2014 e superam o montante de R$ 32 milhões.
Essas vantagens indevidas, segundo a Procuradoria, "relacionam-se com contratos firmados pela empreiteira, ainda em 2010, para realização de obras do Complexo Petroquímico Suape, em Pernambuco".
"Nesse contexto de promessa e efetivo pagamento de vantagem indevida em contas ligadas aos ex-gerentes da Petrobras, as provas apontam que os contratos foram direcionados à Odebrecht no âmbito interno da estatal."
"Os pagamentos da soma de R$ 32,5 milhões aconteceram mediante a utilização de diversas contas mantidas no exterior, inclusive no Banco Société Générale, e que estavam em nome de empresas offshores com sede em paraísos fiscais", afirma a força-tarefa.
Um dos denunciados teria recebido sozinho R$ 17,7 milhões do Grupo Odebrecht.