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Estado do Rio mantém situação de epidemia de dengue; quatro regiões seguem em alerta

Até esta segunda-feira, há registros de 205.187 casos prováveis de dengue e 109 óbitos confirmados

Dengue: doença é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti  (Joao Paulo Burini/Getty Images)

Dengue: doença é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti (Joao Paulo Burini/Getty Images)

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 15 de abril de 2024 às 19h05.

A Secretaria estadual de Saúde (SES-RJ) manteve o decreto de epidemia de dengue no Estado do Rio de Janeiro. Nesta segunda-feira, especialistas do Comitê de Emergências Médicas (COEs) concluíram que, apesar de ter tido queda no número absoluto de casos prováveis por três semanas seguidas, as regiões Serrana, Metropolitana I (Baixada e Rio de Janeiro), Baixadas Litorâneas e Norte ainda estão no nível 3 de alerta — quando o número de casos é de alto risco, 10 vezes acima do tolerável.

Segundo o boletim desta semana, o número de casos prováveis de dengue caiu quase 50% no estado passando de 14.782 na semana 12 (de 17 a 23 de março) para 7.406 na semana 13 (de 24 a 30 de março). Diante dos dados apresentados hoje pelos técnicos, a SES-RJ manteve o decreto de epidemia e continuará analisando a situação mais duas semanas. A Secretaria também prorrogou por mais 30 dias a atuação do Comitê de Emergência em Saúde específico da dengue, que reúne técnicos de vários setores da saúde estadual e também a Fundação Saúde.

— Apesar da melhora no cenário epidemiológico, os indicadores ainda nos mostram que é preciso manter toda a atenção nas medidas de controle dos focos do mosquito, assim como na observação dos sintomas e no manejo clínico desses pacientes. Ainda temos números acima do esperado para o momento, e a Região Norte, que foi a última a apresentar piora do cenário, segue com tendência de alta nos casos — alerta Claudia Mello, secretária de Estado de Saúde do Rio de Janeiro.

O Panorama da Dengue usa um modelo de cálculo epidemiológico conhecido como "nowcasting", que leva em conta o atraso de inserção de dados no sistema de vigilância. Com base no modelo, "a SES-RJ estima que 6.368 casos estimados ainda devem ser notificados no período considerado no levantamento", informou a secretaria em nota.

Embora seja indicada tendência de queda, o número de casos prováveis ainda é considerado elevado pelos técnicos e especialistas da Secretaria de Saúde, que monitoram o quadro nos 92 municípios. Até esta segunda-feira, há registros de 205.187 casos prováveis de dengue e 109 óbitos confirmados no estado. A taxa de incidência é de 1.278 casos / 100 mil habitantes. Os dados da dengue são atualizados de segunda a sexta-feira.

Atendimentos em UPAs diminuiu

Segundo o Panorama da Dengue, os atendimentos de casos suspeitos de doença nas UPAs estaduais apresentaram queda de 15% entre as semanas epidemiológicas 12 e 13, com 9.468 atendimentos e 8.044 respectivamente.

Além disso, o número de solicitações de leitos para pacientes com diagnóstico inicial de dengue também caiu nas últimas três semanas observadas pelo Sistema de Regulação Estadual do Estado do Rio de Janeiro (SER). A faixa etária entre 10 a 15 anos, que apresentou aumento nas internações na edição anterior do levantamento, teve o número de solicitações por leitos reduzido nesta semana.

Tipo 3 volta a circular

Já foram confirmados dois casos de dengue tipo 3 este ano no Estado do Rio. Os registros são de uma mulher de 39 anos, de Paraty, na região da Costa Verde, e uma criança, de 1 ano, de Maricá, na região Metropolitana, que foram tratadas e passam bem.

Os dois casos são do fim de fevereiro, nos dias 25 e 26, respectivamente, e foram confirmados pelo Laboratório Central de Saúde Pública Noel Nutels (Lancen-RJ) e pelo Laboratório de Referência da Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz). No estado, o sorotipo 3 não circulava desde 2007, o que amplia o número de pessoas que nunca teve contato com o vírus. Segundo levantamento da secretaria, cerca de 4,8 milhões de pessoas estariam vulneráveis a esse sorotipo.

Fim da epidemia de dengue na capital

No dia 5 de abril, o secretário municipal de Saúde Daniel Soranz anunciou o fim da epidemia de dengue na capital. A redução no número de casos da doença proporcionou a mudança no panorama no município. Segundo o secretário, a epidemia foi caracterizada pelo aumento do número de casos acima da expectativa para o período. A rede municipal chegou a atender 2.614 pessoas com dengue em um único dia, na última semana de fevereiro.

A Secretaria Municipal de Saúde encerrou a vacinação contra a dengue para as crianças e adolescentes de 10 a 14 anos no dia 6 de abril:

“As unidades de saúde da Atenção Primária, clínicas da família e centros municipais de saúde estão vacinando até o fim das doses remanescentes. No momento, não há previsão de o Ministério da Saúde enviar nova remessa de vacinas para os municípios”, afirmou em nota a Secretaria municipal.

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