Em SP, Sistema Tietê enfrenta o mês mais seco da história
Ontem, o nível de armazenamento era de 15,9% no Sistema Alto Tietê
Da Redação
Publicado em 17 de agosto de 2015 às 08h59.
São Paulo - Sem chuva e com vazão de rios 66% abaixo da média para agosto, o Sistema Alto Tietê atravessa o mês mais seco da sua história. Até sexta-feira, 14, o volume médio de água que entrou nas cinco represas que formam o manancial foi de apenas 3,9 mil litros por segundo, enquanto que o esperado era de 11,4 mil l/s, segundo dados da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) .
No mesmo período, 14,8 mil l/s deixaram os reservatórios do sistema para abastecer cerca de 4,5 milhões de pessoas na porção leste da Grande São Paulo ou foram descarregados nos rios para manter o equilíbrio do meio ambiente.
O resultado é um déficit de 10,9 mil l/s ou 29,2 bilhões de litros no mês, o equivalente a 5% da capacidade do sistema. Ontem, o nível de armazenamento era de 15,9%.
Zerado
"Com essa vazão afluente e com esse volume de retirada, o Alto Tietê corre sério risco de esvaziamento. Se essa média continuar, o sistema seca na primeira semana de novembro", projeta o engenheiro José Roberto Kachel, ex-funcionário da Sabesp e membro do Comitê da Bacia do Alto Tietê.
Historicamente, agosto é o mês mais seco do manancial e a vazão mais baixa já registrada no período até hoje era de 5,9 mil l/s. No ano passado, quando o manancial mergulhou na crise hídrica, após a Sabesp aumentar sua exploração para socorrer o Sistema Cantareira, a vazão em agosto foi de 9,1 mil l/s.
"No caso do Cantareira, a ANA (Agência Nacional de Águas) e o DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica de São Paulo) regulam os limites de retirada conforme a condição do sistema. Mas no Alto Tietê a Sabesp opera do jeito que ela quer", afirma Kachel.
Especialistas e o próprio governo Geraldo Alckmin (PSDB) concordam que a situação do Alto Tietê hoje é mais crítica e inspira mais cuidados do que o Cantareira, que ainda tem mais água armazenada graças ao volume morto das represas.
No domingo, 16, o índice de armazenamento era de 17,1%. Já o Alto Tietê não tem reserva profunda a ser explorada, caso o volume útil se esgote completamente.
Foi por isso que a Sabesp pediu à ANA e ao DAEE para captar mais água do Cantareira nos próximos meses e usar as obras emergenciais para socorrer primeiramente o Alto Tietê. A principal delas é a transposição de 4 mil l/s da Billings para a Represa Taiaçupeba.
Desde dezembro de 2013, a entrada de água no Alto Tietê está abaixo da média, mas, segundo o DAEE, a situação piorou em 2015. Conforme o órgão estadual, no primeiro semestre deste ano as cinco represas do sistema receberam 40% menos água do que o esperado.
Foram 14,4 mil l/s entre janeiro e junho, ante uma média histórica de 24,3 mil l/s no período. Em 2014, a vazão foi de 16 mil l/s.
São Paulo - Sem chuva e com vazão de rios 66% abaixo da média para agosto, o Sistema Alto Tietê atravessa o mês mais seco da sua história. Até sexta-feira, 14, o volume médio de água que entrou nas cinco represas que formam o manancial foi de apenas 3,9 mil litros por segundo, enquanto que o esperado era de 11,4 mil l/s, segundo dados da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) .
No mesmo período, 14,8 mil l/s deixaram os reservatórios do sistema para abastecer cerca de 4,5 milhões de pessoas na porção leste da Grande São Paulo ou foram descarregados nos rios para manter o equilíbrio do meio ambiente.
O resultado é um déficit de 10,9 mil l/s ou 29,2 bilhões de litros no mês, o equivalente a 5% da capacidade do sistema. Ontem, o nível de armazenamento era de 15,9%.
Zerado
"Com essa vazão afluente e com esse volume de retirada, o Alto Tietê corre sério risco de esvaziamento. Se essa média continuar, o sistema seca na primeira semana de novembro", projeta o engenheiro José Roberto Kachel, ex-funcionário da Sabesp e membro do Comitê da Bacia do Alto Tietê.
Historicamente, agosto é o mês mais seco do manancial e a vazão mais baixa já registrada no período até hoje era de 5,9 mil l/s. No ano passado, quando o manancial mergulhou na crise hídrica, após a Sabesp aumentar sua exploração para socorrer o Sistema Cantareira, a vazão em agosto foi de 9,1 mil l/s.
"No caso do Cantareira, a ANA (Agência Nacional de Águas) e o DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica de São Paulo) regulam os limites de retirada conforme a condição do sistema. Mas no Alto Tietê a Sabesp opera do jeito que ela quer", afirma Kachel.
Especialistas e o próprio governo Geraldo Alckmin (PSDB) concordam que a situação do Alto Tietê hoje é mais crítica e inspira mais cuidados do que o Cantareira, que ainda tem mais água armazenada graças ao volume morto das represas.
No domingo, 16, o índice de armazenamento era de 17,1%. Já o Alto Tietê não tem reserva profunda a ser explorada, caso o volume útil se esgote completamente.
Foi por isso que a Sabesp pediu à ANA e ao DAEE para captar mais água do Cantareira nos próximos meses e usar as obras emergenciais para socorrer primeiramente o Alto Tietê. A principal delas é a transposição de 4 mil l/s da Billings para a Represa Taiaçupeba.
Desde dezembro de 2013, a entrada de água no Alto Tietê está abaixo da média, mas, segundo o DAEE, a situação piorou em 2015. Conforme o órgão estadual, no primeiro semestre deste ano as cinco represas do sistema receberam 40% menos água do que o esperado.
Foram 14,4 mil l/s entre janeiro e junho, ante uma média histórica de 24,3 mil l/s no período. Em 2014, a vazão foi de 16 mil l/s.