Em greve, servidores do IBGE fazem manifestação no Rio
Para líder da Associação dos Servidores do IBGE, é preciso blindar o instituto contra o que ele chama de “precarização e terceirização” dos serviços do órgão
Da Redação
Publicado em 29 de maio de 2014 às 14h52.
Rio de Janeiro -Servidores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ( IBGE ) realizaram manifestação de protesto na manhã de hoje (29), na Praça Tiradentes, no centro do Rio de Janeiro. Eles estão em greve desde a última segunda-feira (26)
A manifestação aconteceu em frente ao Teatro João Caetano, na Praça Tiradentes, onde o instituto promoveu solenidade de entrega de medalhas aos servidores com mais de 25 anos de casa, como parte das comemorações pelos 78 anos do instituto.
Na ocasião, representantes da Associação dos Servidores do IBGE (Assibge) aproveitaram a mobilização para denunciar as condições precárias com que o órgão opera atualmente em todo o país, agravada com o contingência de parte da verba prevista para ser liberada este ano e que já levou, inclusive, ao adiamento dos trabalhos de campo para a coleta de dados do Censo Demográfico.
Na oportunidade, Nelson Thomé, um dos diretores da executiva nacional da Assibge defendeu o fortalecimento do IBGE como um órgão de Estado e não de governo. Para ele, é preciso blindar o instituto contra o que ele chama de “precarização e terceirização” dos serviços do órgão.
“É grave o fato de que hoje toda a rede de coleta do IBGE é composta por trabalhadores temporários, sem nenhum direito trabalhista. São contratos, em sua maioria, de 30 dias e que podem ser interrompidos a qualquer momento. Eles [os trabalhadores temporários] não têm nenhum compromisso com o IBGE e vice-versa. São trabalhadores que tem qualificação, mas que estão a procura de um trabalho que lhes dê melhores condições salariais e maior garantia de emprego. A forma como o IBGE e o governo os trata é perversa”, disse.
Thomé lembrou que a base das pesquisas feitas pelo instituto é exatamente a coleta de dados, o trabalho de campo, e “se essa pesquisa vem sem qualidade compromete a elaboração dos índices. E é o que pode acontecer com essa precarização, decorrente da não efetivação dos temporários”,
Para ele, os cortes promovidos pelo governo no orçamento do IBGE para este ano afetam os trabalhos e a divulgação das pesquisas do instituto. “E o próprio adiamento da contagem populacional é uma prova disso. Sem os dados do IBGE o Brasil não se vê. Nós tínhamos cerca de 14 mil servidores e hoje temos apenas 5,7 mil no quadro efetivo, além de outros 4,2 mil temporários. Paralelamente, aumentou o número de pesquisas, o nível de cobrança e o encurtamento de prazos. A precarização está em todos os setores do instituto”, disse.
A greve dos funcionários do IBGE atinge núcleos de instituto em São Paulo, Alagoas, no Distrito Federal, Amazonas, Paraná, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Amapá, na Paraíba e nas cinco unidades do Rio de Janeiro.
Na avaliação do Sindibge, a paralisação da categoria atinge cerca de 70% do quadro do instituto em todo o país.
Além de defender a viabilização do IBGE como órgão de Estado e não de governo, os servidores reivindicam autonomia técnica, orçamento condizente com o plano de trabalho, valorização profissional e salarial e autonomia no ciclo de gestão.
Apesar da paralisação, até o momento a greve não vem atrapalhando a divulgação dos diversos índices pesquisados pelo Instituto, que amanhã (30) divulga o Produto Interno Bruto (PIB, a soma de todos os bens e serviços produzidos no país).
Rio de Janeiro -Servidores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ( IBGE ) realizaram manifestação de protesto na manhã de hoje (29), na Praça Tiradentes, no centro do Rio de Janeiro. Eles estão em greve desde a última segunda-feira (26)
A manifestação aconteceu em frente ao Teatro João Caetano, na Praça Tiradentes, onde o instituto promoveu solenidade de entrega de medalhas aos servidores com mais de 25 anos de casa, como parte das comemorações pelos 78 anos do instituto.
Na ocasião, representantes da Associação dos Servidores do IBGE (Assibge) aproveitaram a mobilização para denunciar as condições precárias com que o órgão opera atualmente em todo o país, agravada com o contingência de parte da verba prevista para ser liberada este ano e que já levou, inclusive, ao adiamento dos trabalhos de campo para a coleta de dados do Censo Demográfico.
Na oportunidade, Nelson Thomé, um dos diretores da executiva nacional da Assibge defendeu o fortalecimento do IBGE como um órgão de Estado e não de governo. Para ele, é preciso blindar o instituto contra o que ele chama de “precarização e terceirização” dos serviços do órgão.
“É grave o fato de que hoje toda a rede de coleta do IBGE é composta por trabalhadores temporários, sem nenhum direito trabalhista. São contratos, em sua maioria, de 30 dias e que podem ser interrompidos a qualquer momento. Eles [os trabalhadores temporários] não têm nenhum compromisso com o IBGE e vice-versa. São trabalhadores que tem qualificação, mas que estão a procura de um trabalho que lhes dê melhores condições salariais e maior garantia de emprego. A forma como o IBGE e o governo os trata é perversa”, disse.
Thomé lembrou que a base das pesquisas feitas pelo instituto é exatamente a coleta de dados, o trabalho de campo, e “se essa pesquisa vem sem qualidade compromete a elaboração dos índices. E é o que pode acontecer com essa precarização, decorrente da não efetivação dos temporários”,
Para ele, os cortes promovidos pelo governo no orçamento do IBGE para este ano afetam os trabalhos e a divulgação das pesquisas do instituto. “E o próprio adiamento da contagem populacional é uma prova disso. Sem os dados do IBGE o Brasil não se vê. Nós tínhamos cerca de 14 mil servidores e hoje temos apenas 5,7 mil no quadro efetivo, além de outros 4,2 mil temporários. Paralelamente, aumentou o número de pesquisas, o nível de cobrança e o encurtamento de prazos. A precarização está em todos os setores do instituto”, disse.
A greve dos funcionários do IBGE atinge núcleos de instituto em São Paulo, Alagoas, no Distrito Federal, Amazonas, Paraná, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Amapá, na Paraíba e nas cinco unidades do Rio de Janeiro.
Na avaliação do Sindibge, a paralisação da categoria atinge cerca de 70% do quadro do instituto em todo o país.
Além de defender a viabilização do IBGE como órgão de Estado e não de governo, os servidores reivindicam autonomia técnica, orçamento condizente com o plano de trabalho, valorização profissional e salarial e autonomia no ciclo de gestão.
Apesar da paralisação, até o momento a greve não vem atrapalhando a divulgação dos diversos índices pesquisados pelo Instituto, que amanhã (30) divulga o Produto Interno Bruto (PIB, a soma de todos os bens e serviços produzidos no país).