Em Fortaleza, militar apoiado por Bolsonaro vai para o segundo turno
Líder de greve policial e dos bombeiros em 2011 na capital cearense, candidato também recebeu aceno favorável do ex-ministro Sérgio Moro
Mariana Martucci
Publicado em 15 de novembro de 2020 às 22h35.
Última atualização em 15 de novembro de 2020 às 22h38.
Praticamente empatado nas pesquisas de intenção de voto com o deputado estadual José Sarto (PDT), oWagner Sousa Gomes, mais conhecido como Capitão Wagner (Pros), tenta pela segunda vez se tornar prefeito de Fortaleza. Em 2016, ele perdeu as eleições municipais para o médico sanitarista Roberto Cláudio (PDT), em uma disputada apertada na qual recebeu 46,4% dos votos.
Nessa eleição, Wagner recebeu33,31% dos votos e Sarto,35,72%, com99,74% dos votos apurados.
Deputado federal pelo Ceará eleito com o maior número de votos em 2018, Wagner representa um dos poucos candidatos apoiados pelo presidente Jair Bolsonaro com chances efetivas de se eleger. O ex-ministro da Justiça Sergio Morou também gravou um vídeo desejando "boa sorte" e "sucesso" ao candidato.
Wagner se declarou um candidato "independente" do bolsonarismo. Até receber oaceno favorável do presidente Bolsonaro, expressado durante uma live, Wagner liderava as intenções de voto. Depois, começou a cair nas pesquisas. O candidato então agradeceu a atenção de Bolsonaro, mas não colou a sua imagem a do presidente.
Durante a campanha, Wagnernão poupou críticas aos irmão Ciro e Cid Gomes. A família Gomes apoia Sarto, atual presidente da Assembleia Legislativa do Ceará.
Nessas eleições, o candidato diversificou a pauta eleitoral, que, em 2016, foi mais centrada na área de segurança pública. Dessa vez, Wagnerescolheu para vicea advogada Kamila Cardoso (Podemos), conhecida pela defesa das pessoas com deficência e doenças raras, em uma tentativa de conquistar mais votos.
Wagner já defendeu algumas ações controversas. Em 2011, eleliderou a greve geral de policiais militares e bombeiros na cidade. Na ocasião,trocou insultos com o então governadorCid Gomese seu irmão, Ciro Gomes. No ano seguinte, foi o verador mais votado de Fortaleza. Em 2014, foi o deputado federal com eleito com o maior número de votos (mais de 300.000) no Estado.
Caso vença a disputa com Sarto no segundo turno, Wagner deverá lidar com desafios principalmente nas áreas da saúde e da economia. Fortaleza é um das nove capitais do país com tendência de de alta em casos de coronavírus, segundo boletim de pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz. Já foramregistrados mais de 60 mil casos de covid-19 e3.917 óbitos na cidade.